Muita gente se assustou com a chuva e deixou de conferir o último dia do Festival Brasileiro de Música de Rua, que acabou neste domingo depois de oito dias de shows em Caxias do Sul e região. O mau tempo acabou atrapalhando os planos tanto do público quanto da organização do festival, que empurrou as apresentações para a tarde. A estrutura montada na Praça Dante Alighieri acabou salvando os shows, inicialmente marcados para o Parque dos Macaquinhos.
Entretanto, quem ficou em casa perdeu algumas das grandes atrações do festival. Só no domingo de encerramento tocaram Hyperpotamus (Espanha), Coutto Orchestra (SE), Franny Glass (Uruguai) e Grupo Bongar (PE). A participação de artistas nacionais e internacionais foi possibilitada pelo aumento de verbas na terceira edição - cerca de R$ 130 mil, o dobro de 2013. Além de bandas locais e gaúchas, participaram grupos da Espanha, Uruguai, Chile, Senegal, Minas Gerais, Sergipe e Pernambuco.
O orçamento mais gordo também deu fôlego para dar o primeiro passo rumo à regionalização do projeto. A etapa de shows realizados em cidades da região - Bento Gonçalves, Nova Prata, Nova Petrópolis, Vacaria, Flores da Cunha e São Marcos - é um caminho sem volta para a ampliação. Mesmo sem ter ações concretas programadas, o objetivo para o próximo ano é aumentar o número de apresentações fora de Caxias e apostar mais na circulação pela Serra Gaúcha.
- Queremos aumentar a participação de fora e fazer com que os grupos de Caxias saiam mais daqui. Queremos ajudar a colocar Caxias no mapa da nova música brasileira - explica um dos organizadores, Luciano Balen.
O salto de maturidade do festival foi a tarde de conferências realizada na tarde de sábado, no Teatro do Sesc. As palestras de importantes produtores cultuais e realizadores de festivais de nível nacional e internacional, intercaladas com pequenas apresentações de bandas locais, mostraram que existe preocupação em fomentar a economia musical, "exportar" artistas caxienses e promover um intercâmbio de conhecimento sobre o mercado da música. Os músicos caxienses que não participaram perderam a chance de trocar figurinhas com os gestores de projetos como Espírito Mundo, El Mapa de Todos e Mostra MIMO.
- Eu fiquei muito satisfeito com o festival como plataforma de lançamento de artistas e também como forma de atrair gente de fora para cá - comemora Balen.
Música de Rua
Artistas internacionais encerraram Festival neste domingo, em Caxias
Em terceira edição, projeto mostra maturidade e qualidade de atrações
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