E Noé chegou ao novo mundo com direito a arco-íris e tudo. Esse é o desfecho colorido que a maioria conhece da história bíblica envolvendo um homem, uma embarcação e muitos animais. O filme Noé, porém, busca subsídios no caminho percorrido pelo personagem título (interpretado por Russel Crowe) e sua família até que a renovação do universo possa se realizar. A trama escrita pelo diretor Darren Aronofsky em parceria com Ari Handel traz novos elementos aos já conhecidos pelo Livro de Gênesis e retrata Noé como um pai de família dividido entre suas próprias vontades e aquela que julga ser sua missão com o Criador. Os cenários são grandiosos como qualquer história de apocalipse pede e a obscuridade de grande parte deles conversa com o clima pesado da história.
A participação de Anthony Hopkins como Matusalém é um dos pontos altos do filme, assim como a própria dualidade dos personagens centrais da trama. Até mesmo o vilão Tubal Caim (vivido com vigor por Ray Winstone), faz o espectador refletir defendendo a ideia de que o homem deve ser regido por sua própria vontade.
Apesar da temática religiosa, Noé tende a ficar mais interessante se o espectador conseguir (pode ser difícil para alguns) se desprender do que sabe sobre a Bíblia. Para isso, um drama familiar foi criado.
- Não queria aumentar ainda mais as preconcepções estereotipadas que já temos da cultura popular. Queria que este Noé parecesse original, imediato e verdadeiro - revela o diretor no material de divulgação do longa.
Nos EUA, Noé marcou a estreia mais lucrativa de um filme com Russel Crowe como protagonista. No primeiro final de semana em cartaz, a produção faturou 44 milhões de dólares. Em Caxias, o filme estreia nesta quinta-feira, no Cinépolis e GNC.