A arte contemporânea e seus tentáculos que podem alcançar o espectador das mais diferentes maneiras são assunto do caderno Dialeto, encartado no Pioneiro deste final de semana. Um passeio sensorial pelo Instituto Inhotim, a meca brasileira da arte contemporânea, ajudou a aprofundar o olhar sobre as relações possíveis entre obras, ambiente e espectador.
Localizado em Brumadinho, Minas Gerais, o instituto foi idealizado pelo empresário e colecionador de arte Bernardo Paz. As 21 galerias disponíveis no Inhotim estão rodeadas com pelo menos 25 jardins. O parque tem uma bela coleção de palmeiras e espécies exóticas. O caminho convida ao desconhecido, ou seja, no final de uma estradinha de terra, é possível fazer uma curva e encontrar uma gigante galeria, como se ela tivesse brotado naturalmente ali. Estão presentes no Inhotim obras dos mais importantes nomes da arte contemporânea no mundo (são mais de 100 artistas de 30 diferentes países).
A interação entre ambiente e instalações, é um dos aspectos que mais chama atenção no parque. Grande parte dos artistas visitam o Inhotim e escolhem o local exato onde querem instalar suas obras. Alguns exemplos de como isso dá certo são emblemáticos, como o Sonic Pavilion.
A obra de Doug Aitken está localizada no topo de um morro, repleta de terra remexida ao redor. A impressão que se tem de fora remete a um gigante periscópio vindo das profundezas da terra. A obra traz o ruído em tempo real proveniente de uma perfuração de 200 metros abaixo do solo. Um sofisticado sistema de amplificação permite ao visitante escutar o sopro de vida que ecoa lá de baixo. A galeria proporciona uma conexão quase mágica entre a terra, a arte e o espectador.