O neurocirurgião Carlos Fasolo, 67 anos, não poderia estar mais próximo das origens. No salão de festas da residência em Bento Gonçalves, terra da uva e do vinho, ele guarda 1.444 saca-rolhas reunidos durante 27 anos de dedicação, sendo cerca de 500 deles antigos.
O acervo inclui até um exemplar que pertenceu á família real brasileira. Outros remetem aos objetos similares aos encontrados na casa dos avós - e tem até abridor de remédios.
Um dos mais novos integrantes desta lista, devidamente catalogada, é uma peça inglesa dos anos 1.800, chamada Eclipse. O objeto lembra uma luneta e foi achado por um morador de Belém (Pará), enterrado no quintal de casa. O proprietário da residência entrou em contato com o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), que indicou o colecionador bento-gonçalvense.
- Ele me enviou o saca-rolhas com uma caixa de bombons de cupuaçu (fruta típica do Pará). Mandei a ele uma caixa de espumantes - conta.
Foi o médico quem descobriu a origem da peça _ além da coleção, ele possui catálogos internacionais dedicados aos abridores. Pelas paredes do espaço de convivência, os pequenos objetos repousam em silêncio, mas são cheios de história - desde quem o presenteou até a situação peculiar como o saca-rolhas foi encontrado. E, ao lembrá-las, Fasolo não contém o riso.
- Esses saca-rolhas me dão uma noção do número de amigos que tenho - diz o médico, que costuma receber mimos que eles trazem de viagem.
Cultura
Médico de Bento Gonçalves coleciona saca-rolhas
Carlos Fasolo tem uma das principais coleções do país
Tríssia Ordovás Sartori
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