Escrever nunca esteve tão em alta. Os caminhos, porém, para embarcar no mundo que todos dizem lúdico pode não ser assim tão maravilhoso quanto as histórias da literatura. Há quem caia na realidade na hora de transformar a criatividade em publicação.
O primeiro passo para ter um livro é escrever bem, muito bem. E, para isso, não há receita. O que se pode aprender são técnicas de escrita, abordagens usadas por autores consagrados para explorar personagens, criar suspenses.
Para a professora do Doutorado em Letras da UCS Flávia Brocchetto Ramos a diversidade cultural da cidade está ascendendo. O desejo de se expressar, combinado com a promoção de leis de incentivos e de locais para a cultura, reflete no aumento de publicações.
Como professora universitária, Flávia relata que são pouquíssimos os autores com formação acadêmica. A maioria é autônoma e autodidata. Contudo, para ela, o que forma um bom escritor é a leitura e a constante escrita:
- Ler e escrever. Escrever e ler. Escrever e escrever. Reler. Reescrever. Depurar as palavras. Chegar ao miolo delas e ainda organizá-las e reorganizá-las como se estivesse jogando. Escrever não pode ser uma tarefa associada à dor. Deve estar ligada à satisfação pessoal de encontrar o melhor modo de dizer.
No mercado literário, as editoras caxienses estão tendo um ano produtivo em 2013. Até setembro deste ano, 16 autores locais publicaram pela Editora Maneco. Há cinco anos, o número era menos da metade. Em 2008, foram sete publicações. A LIDDO Editora ainda possui uma produção pequena. Foram quatro obras lançadas de 2008 a 2013. A Editora Modelo de Nuvem, fundada em 2009, possui 13 autores caxienses em seu catálogo. A Belas-Letras, que existe desde 2008, possui atualmente oito obras locais à disposição. A editora criou um selo para trabalhar apenas com autores locais, nomeado Quatrilho Editorial.
O caminho natural para o autor, assim que tem o livro pronto, é buscar uma editora na qual o seu livro se encaixe. O trabalho pode ser exaustivo. Pesquisar o catálogo da empresa, conhecer a linha de trabalho, fazer contatos, e então começar a enviar o original da obra. E essa é só a primeira parte. Conseguir que uma editora leia e aprove o manuscrito pode desestimular o escritor.
Outro caminho que tem impulsionado e tornado possível a publicação de jovens autores são as leis de fomento à cultura. Em Caxias do Sul, existe o Financiarte e a LIC (Lei de Incentivo à Cultura). Nos últimos cinco anos, foram investidos R$ 845.113,09 na publicação de 60 livros por meio do Financiarte. Pela LIC, foram publicadas 30 obras desde 2008.
Além disso, o escritor pode bancar a própria publicação. O Almanaque fez um orçamento com três gráficas de Caxias do Sul para imprimir uma tiragem de mil exemplares (confira quadro). Os valores variam de R$ 9,8 mil a R$ 12,4 mil.
Confira a reportagem completa no Almanaque deste final de semana.
A onda é escrever
Mercado literário de Caxias do Sul nunca esteve tão promissor a novos autores
A reportagem do Almanaque mostra como funciona a produção e publicação de livros na cidade
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