Os amigos Anderson Theodoro, Bruno Daniel Sates, Alberto D'ávilla de Souza e Cassiano Zanella tem uma paixão em comum: o truco, popular jogo de cartas da América do Sul.
Há cinco anos, eles formaram uma equipe e, em 2013, consagraram-se 3º lugar na competição de truco da Festa Campeira do Rio Grande do Sul (Fecars) 2013, disputada por pelo menos outras 90 equipes.
_ O truco é o jogo do blefe, da mentira, por isso é importante a gente conhecer bem a equipe. A gente se entende pelo olhar _ fala Anderson.
Mas o truco é mais que o jogo do blefe: é o jogo de cartas mais popular da cultura gaúcha. Ele mistura sorte, blefe e habilidade. Jogadores de uma mesma equipe utilizam senhas em meio aos diálogos para comunicarem as cartas que têm nas mãos. Os jogadores gritam durante a partida para intimidar o adversário.
_ Nós adotamos uma postura diferente: preferimos não aceitar as provocações, jogar em silêncio. Mas depois da vitória nos vingamos e os gritos são de festa _ conta Anderson, tido pelo amigo Bruno como o melhor da equipe.
Além do truco, outros dois jogos vem tornando-se cada vez mais populares me Caxias. Da fronteira, os jogos de tava e tetarfe vêm conquistando cada vez mais adeptos.
Enquanto a maior parte dos gaúchos prepara os cavalos para as competições de tiro de laço ou o vestido de prenda para os bailes gaúchos da Semana Farroupilha, uma parte de tradicionalistas reúne suas equipes para a disputa dos jogos de tava, tetarfe e truco, que acontecem no decorrer dessa semana durante o evento, que iniciou nesta sexta-feira.
O tetarfe é um jogo que mistura argolas, tava, tejo (moedas) e ferradura. As peças são arremessadas a uma certa distância em uma adaga ou barras de metal cravadas em uma cancha (veja quadro abaixo). Para marcar pontos, é preciso habilidade. Ganhar ou perder, porém, não era o mais importante para este grupo de amigos.
- Este é um jogo que reúne toda a família. É um encontro de amigos em churrascos, em finais de semana. Damos risadas, brincamos, tiramos sarro uns dos outros. É mais uma opção dentro do tradicionalismo, às vezes restrito ao laço e à dança -fala Wilson Mariani, 49 anos, um dos grandes incentivadores dos jogos.