- Há uma diferença entre comida campeira e comida tropeira. A tropeira não tem nenhum tipo de tempero verde - avisa José Evaney Laurindo, o Chico, um dos fundadores do CTG Ginetes da Tradição, em Ana Rech, bairro surgido como berço de tropeiros, no século 19.
>> Das andanças das tropas de gado e mula pelo país, muitas expressões surgiram. Uma delas é "dar com os burros n'água". Você conhece outras?
A dica simples ajuda a conhecer melhor a história por trás dos pratos. Segundo ele, os tropeiros não carregavam temperos nem folhas verdes, porque não resistiriam às longas viagens. A solução era contar com alimentos fáceis de preparar e nutritivos, como arroz, feijão, charque, linguiça e pinhão.
Laurindo é um entusiasta do tema e da gastronomia. Embora o preparo dos pratos durante as tropeadas coubesse aos homens, foi com a mãe que ele aprendeu a reproduzir a comida dos antepassados. Feijão e farofa tropeiros, arroz carreteiro, paçoca de pinhão e charque com moranga (veja receita abaixo) são as iguarias favoritas do também cozinheiro. No ano passado, Laurindo preparou um churrasco na vala para o Mago da Cozinha, quadro do Fantástico com Felipe Bronze.
CHARQUE COM MORANGA
Água na boca
Conheça mais sobre a comida tropeira do Rio Grande do Sul
Pratos alimentavam condutores de tropas do passado
Tríssia Ordovás Sartori
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project