O empresário Antonio Rossato Felippi (13/06/1915-08/06/1993) exemplifica o autêntico cidadão envolvido com as causas comunitárias. Neto de Antônio Rossato, pioneiro na venda de vinhos caxienses para o mercado de Porto Alegre, mostrou em vida um perfil de superação e empreendedorismo. Felippi também presidiu a Sociedade Recreativa Amigos de Galópolis e fundou o CTG Querência do Imigrante, em Galópolis.
Na trajetória de Antonio Felippi, todas as conquistas resultaram de um esforço confiante e de trabalho inteligente e honesto. Conforme registros de empregados do Lanifício São Pedro, Felippi começou a trabalhar na empresa em 4 de setembro de 1932, na seção de tecelagem. Dez anos depois, seria eleito presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Fiação e Tecelagem de Galópolis, exercendo mandato de 2 de junho de 1942 a 10 de setembro de 1944.
Em 24 de maio de 1947, o tecelão solicitou dispensa e investiu num projeto pessoal, constituindo uma fábrica de móveis. No início, Antonio encontrou na fraternidade dos irmãos Aquilino e Rauber forças para solidificar a empresa no mercado.
Na Festa da Uva de 1954, a Fábrica de Móveis Felippi exibiu seus dormitórios em madeira maciça, esculpidos com a arte manual de artesãos. A flexibilidade da produção atendia segmentos de educação, construção civil e doméstico. A partir da década de 1970, a empresa condicionou a produção de gabinetes para máquinas de costura e tampos industriais. Na imagem de 2001, percebe-se a fachada da empresa, localizada em BR-116, em Galópolis.
Publicidade na década de 1950
A Fábrica de Móveis Felippi possui uma riqueza histórica que revela hábitos de consumo e contrasta fortemente com os dias atuais.
Na década de 1950, pessoas que casavam faziam a compra dos móveis na própria fábrica, sendo atendidas pessoalmente por Antonio Felippi. Havia sempre a possibilidade de elaborar um dormitório diferenciado e a confiança de parcelar os investimentos da compra. Felippi facilitou as negociações para inúmeras novas famílias.
O filho, Moacir Felippi, recorda que no governo de Leonel Brizola (1960), a fábrica atendeu um pedido para fornecer janelas das escolas conhecidas como brizoletas.
Na imagem, produzida para um catálogo de produtos, percebe-se uma mesa de professor, destinada para o ambiente educacional. O garoto Jurandir Felippi e a fotógrafa Ignes Muner simulam o ambiente de aula.
Ambiente agradável de trabalho
Orestes Battassini, 82 anos, trabalhou na fábrica de móveis durante 50 anos. O ambiente de trabalho era movido pelo companheirismo e a solidariedade na realização de tarefas, salienta Battassini.
Na imagem, percebe-se parte da montagem final dos gabinetes de máquinas de costura, na década de 1970. Orestes Battasini (D) está fixando o revestimento de fórmica num móvel de cozinha. À esquerda, Raul Felippi, contemporâneo na atividade, foi um dos colaboradores que também deixou exemplos de coleguismo e dedicação ao trabalho.