O italiano Francesco Pietro Paglioli (1867-1942) deixou uma herança histórica exemplar. Vários livros e documentos mencionam a contribuição de Paglioli no desenvolvimento de Caxias do Sul e de São Francisco de Paula.
Na obra documentário Povoadores da Colônia Caxias, elaborada por Mário Gardelin e Rovílio Costa, Francesco e o pai Domenico Paglioli auxiliaram voluntariamente as primeiras atividades religiosas da Igreja Católica. Como sacristão, pai e filho testemunharam vários casamentos realizados pelo padre Agostinho Magon nos anos de 1880.
Francesco integrou o grupo de colonizadores que recebeu as primeiras mudas de videiras em agosto de 1889, cujo projeto fortaleceu a promissora indústria vinícola gaúcha. Os fardos de bacelos foram distribuídos pela Secretaria de Obras Públicas do Estado em convênio com a Intendência caxiense, conforme o livro Subsídios Para a História da Uva e do Vinho, livro escrito por Jimmy Rodrigues, em 1972.
Na imagem, percebe-se Domenico Paglioli sentado entre a nora Giacomina Dambroz e o filho Francesco e os netos Cesira, Nevedemia, Rosina, Marietta, Elyseu, José, Ursulina, Aurora e Paulino. A imagem não registra a data e nem o motivo da reunião familiar, bem como não identifica a mulher à esquerda e a criança em seu colo. Pelo aspecto físico, combinado com a data de nascimento de Elyseu (posicionado è direita, atrás), presume-se que o retrato tenha sido registrado por volta de 1918. Em pé, à esquerda, percebe-se Lucena, genro de Francesco.Francesco mudou-se para São Francisco em 1906, exercendo a função de agente postal e sapateiro. Além disso, na sua vida profissional consta a função de avaliador judicial, funcionário da exatoria estadual. Foi agente da Caldas Junior (jornal) e representante da metalúrgica Amadeu Rossi.
Na cultura musical, foi organizador da Banda Santa Cecília, maestro e tocava pistão. Lecionou particularmente para jovens aulas de piano, violino e bandolin.
O Filho Paulino Paglioli
Paulino Paglioli (25/04/1908-23/08/1987) é o filho mais novo de Francesco. Nascido em São Francisco de Paula, Paulino evidenciou-se na área empresarial de Caxias do Sul. Na década de 1930, possuiu a loja Santa Therezinha, na avenida Julio de Castilhos, especializada em produtos domésticos.
Sensível com as necessidades humanas, engajou-se na construção do Lar São Francisco de Assis, instituição concebida para acolher idosos. Sempre integrado na construção comunitária, participou da ampliação da Cervejaria Pérola.
Na imagem percebe-se uma convenção dos representantes da bebida no Hotel Real, em agosto de 1955. Na primeira fila, estão os sócios Carlos Leonardelli, Atílio Granzaotto, Primo Leonardelli, Arthur Rech, Guerino Costi e Paulino Paglioli.
Memória da Família
O empresário Claudio Paglioli, 77 anos, residente em Porto Alegre, dedica permanente organização das referências históricas da família. Na foto, Cláudio exibe o retrato do tio Elyseu Paglioli (1898/1985) trajando indumentária gaúcha.
Cláudio possui parte da documentação de Elyseu, médico caxiense que especializou-se em neurocirurgia na França, em 1930. Posteriormente, exerceu o cargo de Ministro da Saúde mo governo de João Goulart, reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e promotor do aperfeiçoamento da rede hospitalar de Porto Alegre.