A imigração italiana trouxe inúmeros valores culturais para o Brasil. Entre as diversidades artísticas, destaca-se a música. Conforme pesquisas de João Spadari Adami, o italiano Octavio Curtulo, fundador de uma cooperativa têxtil em Galópolis, no ano de 1894, disseminou o propósito de constituir bandas musicais.
Nas antigas bandas, os músicos utilizavam basicamente os instrumentos trompa, trompete, tuba, trombone, bombardino, flauta, fagote e clarinete. Desde então, as bandas abrilhantavam festas, inaugurações, eventos religiosos e datas cívicas. Em 1911, o renomado jurista italiano Enrico Ferri foi recepcionado por uma banda, que o acompanhou em sua caminhada, numa breve visita pelas ruas centrais de Caxias do Sul.
A história do Clube Juvenil remonta na sua origem a uma audição de piano. O Recreio da Juventude foi outra instituição que dedicou desenvolvimento e promoção na arte musical. Atualmente, a professora de piano Esmeralda Frizzo, 42 anos, também possui uma interação muito forte com a música. Entre seus objetos de trabalho, destaca-se um nostálgico acordeom da marca Universal. O instrumento foi presente de seu tio e padrinho Fernando Candiago, quando Esmeralda tinha apenas cinco anos.
Conhecido popularmente como gaita ou sanfona, o instrumento musical está zelosamente conservado e funcionando. Em tons roxos, o acordeom é acondicionada num estojo forrado internamente com veludo, e com couro na parte externa.Caxias do Sul evidencia-se também na capacidade de produzir instrumentos musicais. Na década de 1950, a Universal conquistou o mercado nacional com a qualidade requintada de seus acordeons.
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Pedro Raimundo visita Caxias do Sul
A empresa Acordeons Universal promoveu a visita do cantor Pedro Raimundo (E) a Caxias do Sul em janeiro de 1949. Na fábrica, o artista foi recepcionado por Iris Longhi (diretor), Justo Artibano Dal Pian (técnico), Idail (Casa Beethoven), Almir Rojas (Rádio Caxias), Onil Xavier dos Santos (político caxiense) e Guido D’Arrigo (diretor da Universal).
Pedro Raimundo observou o processo de montagem das gaitas e elogiou a qualidade dos componentes e o fino acabamento. Conforme reportagem do jornal Pioneiro na época, o artista, conhecido como Gaúcho Alegre do Rádio, fez apresentações no Cine Apolo e no Guarany.