Uma pesquisa realizada na última semana de maio mostra que, se pudessem escolher qual vacina contra o coronavírus receber, apenas 4% dos brasileiros não saberiam opinar ou talvez não tomassem. A expressiva maioria se divide entre AstraZeneca e “qualquer uma” (ambas opções com 29% de preferência cada), CoronaVac (24%) e Pfizer (14%), mostra o estudo realizado com 2,5 mil pessoas pelo PoderData.
Independentemente da preferência de cada um, a orientação dos profissionais de saúde é para que se tome a vacina que estiver acessível no momento.
— Todas as vacinas estão se mostrando seguras e eficazes. Não há uma vacina melhor. O que há são estudos que mostram uma maior eficácia de algumas e menor chance de transmissão de outras, mas, até o momento, orientamos que se faça a vacina que está disponível — orienta a médica infectologista, Lessandra Michelin.
Atualmente, parte do trabalho dos profissionais de saúde envolvidos na imunização é passar esse tipo de orientação e tirar dúvidas que são naturais em relação à vacina contra covid-19, sobre reações adversas, tempo de imunidade e variantes.
Por isso, convidamos Lessandra Michelin, que também é responsável pelo serviço de controle de infecção hospitalar do Complexo Hospitalar Unimed, para esclarecer alguns pontos sobre os imunizantes.
Quais são as principais diferenças entre as vacinas disponíveis no Brasil?
A CoronaVac é uma vacina inativada. Já a vacina de Oxford é uma vacina de vetor viral em que há o estímulo de produção de partículas spike, que são as proteínas de superfície onde o vírus se liga nas células. E a Pfizer é uma vacina de RNA, na qual também há produção de spike.
Já se sabe quanto tempo dura a imunidade conferida pelas vacinas contra covid-19?
Não temos avaliação quanto à duração de imunidade pela vacina. Os estudos estão em andamento, mas ainda não temos a comprovação disso. Nem mesmo se será disponibilizada daqui alguns meses uma nova dose da mesma vacina ou se um outro imunizante poderá ser disponibilizado à população.
É possível tomar as vacinas da covid-19 e da gripe em um mesmo período?
A vacina da gripe deve ser tomada com 14 dias de intervalo de uma vacina contra o coronavírus. Por exemplo: se for aplicada a vacina da gripe em você no dia 1° de junho, daqui a 14 dias, você poderá fazer a vacina contra o coronavírus ou vice-versa. Respeitando esse intervalo, clientes Unimed podem fazer a aplicação da dose contra a gripe (tetravalente) com preço especial na Central de Vacinas Unimed. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (54) 3289.9300.
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Qual intervalo a ser respeitado entre as doses da vacina e quando há proteção completa do imunizante?
Há intervalos diferentes entre as vacinas. A CoronaVac pode ser feita entre 15 e 28 dias. A da Pfizer são 21 de intervalo, podendo ser utilizada com intervalo de 42 dias (segundo orientações do fabricante e da OMS) ou de até três meses (segundo estudos científicos). Já a de Oxford pode ser feita em um intervalo de 90 dias. A proteção só estará completa após a segunda dose de vacina e passados 15 dias da aplicação dessa segunda dose.
Além dos idosos, quais são os públicos prioritários neste momento?
A vacina está sendo oferecida, além dos idosos, para uma faixa etária que está avançando, que são os pacientes com comorbidades, ou seja, quem possui doenças crônicas, com imunossupressão, quem convive com HIV, pacientes transplantados e quem utiliza imunobiológicos. Isso acontece porque essas pessoas, ao adquirir uma infecção pelo coronavírus, podem ter um quadro mais grave. As gestantes também estão sendo imunizadas nesta fase.
A vacina evita que você pegue ou transmita a doença?
As vacinas disponibilizadas no Brasil – como a Coronavac e a Oxford – não evitam totalmente que as pessoas peguem ou transmitam o vírus. Então, as medidas de contenção, como o uso de máscaras, distanciamento e lavagem de mãos, continuam sendo importantes.
Quais as reações adversas que podem surgir após tomar a vacina contra a covid-19?
As vacinas de covid-19 são bastante seguras. A maior parte das reações são locais, como dor na região da aplicação e vermelhidão. Algumas pessoas têm febre, calafrios ou até sensação de gripe, que passam, em média, dentro de 48 horas.
As vacinas protegem contra as novas mutações e variantes do coronavírus?
Não sabemos exatamente o quanto essas vacinas protegerão contra as novas variantes. Até o momento, nas variantes que estão circulando no Brasil, os imunizantes estão sendo úteis para contê-las.
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