Aos 89 anos, o veterano cineasta luso-brasileiro Ruy Guerra participou na manhã desta quarta (23) do debate virtual sobre o filme Aos Pedaços, concorrente na mostra de longas brasileiros no 48º Festival de Cinema de Gramado. A obra, filmada em preto e branco priorizando uma linguagem noir, é provavelmente a mais experimental entre as concorrentes. Com mais de 30 filmes em sua trajetória, Ruy falou sobre as dificuldades e a demora em escrever o roteiro.
— Durante seis meses, os personagens nunca me disseram nada. Eles nunca falavam comigo. Eu esperei seis meses e eles nunca me disseram p* nenhuma — brincou ele.
Aos Pedaços tem como protagonista um homem com transtorno dissociativo de identidade. Apesar da afinidade da cinematografia do diretor com temas ligados à psicanálise, Ruy disparou:
— Queria dizer que sou completamente analfabeto em psicanálise, um analfabetismo assustador. Eu não leio nada sobre, li muito pouco e o pouco que li não entendi nada. O que acontece é que tive uma grande amiga, uma grande psicanalista que um dia disse "o Ruy nasceu psicanalizado". Peguei essa frase e me deu uma arrogância muito grande (risos) — contou.
Nesta quinta (24), as atrações do festival em cartaz pelo Canal Brasil, a partir das 20h, são os curtas Trincheira (AL) e O Barco e o Rio (AM), e o longa brasileiro King Kong en Asunción (PE).
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