– Muito obrigado por esse momento carinhoso que balançou todos os arvoredos dessa criatura. Muito obrigado mesmo, porque é o cinema que desde a minha infância me dá esse instrumento socializador que é a cultura, que me dá o passaporte de uma cidadania justa e correta – enfatizou, aplaudido de pé.
Camila Pitanga também esteve em Gramado para acompanhar a homenagem ao pai e para apresentar o documentário Pitanga, registro sensível e cômico que dirigiu ao lado de Beto Brant. Camila não ia subir ao palco, mas foi convocada pelo pai a dizer algumas palavras:
– A gente está falando de um homem que resistiu e resiste hoje com amor, com alegria, com amizade. A gente está falando de uma geração que deu a mão, que não teve medo de mostrar a cara, que não teve medo de se arriscar, de se colocar à toda prova. Está aí um legado para os jovens brasileiros.
Camila também falou à coluna sobre as descobertas fez com relação a si mesma enquanto investigava a vida do pai para o documentário.
– Acho que fiz uma conexão mais profunda com minha ancestralidade, minhas raízes. E uma raiz que tem a ver, obviamente, com negritude, mas também na origem da veia artística, o quanto que esse estilo de interpretar, esses caminhos e esses elos que ele construiu ao longo da vida estão muito presentes na minha trajetória também, ainda que não conscientemente. Ver os filmes dele foi um reconhecimento também meu do trabalho dele e do quanto isso me afeta com artista.
Parrudo no tapete
Antonio e Camila Pitanga ainda estavam no tapete vermelho atendendo fãs e imprensa quando a plateia feminina começou a se manifestar com gritinhos e suspiros. O motivo era a presença do ator Marcos Pasquim, ainda hoje lembrado pelo personagem Pescador Parrudo, da novela Kubanacan. Ele atendeu fãs, tirou fotos e rumou para o cinema, onde acompanharia a produção carioca #Feique, que concorre na competição de curtas brasileiros. O filme, no entanto, não empolgou.