O primeiro livro de crônicas de Pedro Guerra veio de repente, como uma lágrima. Escrita sem grandes pretensões, a obra não foi colocada no papel para virar livro. Mas virou. As Lágrimas que não Chorei, lançado pela editora do próprio autor, é reflexo de sentimentos e explanações do escritor - tudo passado para texto e publicado quinzenalmente, nos últimos dois anos, no jornal Pioneiro. O novo livro de Guerra é, enfim, uma faxina de dentro pra fora.
— Quando fui convidado para ser cronista do Almanaque, logo pensei em transformar o que seria publicado em livro algum dia. Muitas pessoas me dizem que recortam as páginas do jornal porque gostam de guardar — conta, orgulhoso.
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Se toda obra é um pouco autobiográfica, os 48 textos selecionados por Pedro — sendo quatro inéditos — são um retrato sincero, por vezes visceral, das inquietações que permearam a vida do artista durante esse tempo como cronista de jornal. É quase como se, lendo suas ideias sobre amor, relacionamentos, vida profissional e escolhas diárias da vida, fosse possível criar, mentalmente, um retrato falado do autor, que tem grande interesse por romances policiais. As crônicas, assim, são uma forma do leitor criar intimidade com o escritor:
— As Lágrimas que não Chorei, que dá título ao livro, é uma das crônicas que as pessoas mais curtiram. Ela fala sobre todas aquelas coisas que a gente guarda e não coloca para fora, sabe? As crônicas acabam sendo um tipo de choro, uma maneira de externar aquilo que tu está sentindo. Acho que isso resume bem o livro.
Com o público jovem já consolidado, Pedro, autor de outros livros como o romance A Rainha está Morta e a "miscelânea de contos brasileiros" Vício, quer mais. Ele conta que As Lágrimas que não Chorei também é uma tentativa de alcançar novos leitores e pode ser a chance de ter seu trabalho habitando outras estantes. Com a parceria da talentosa ilustradora caxiense Carolina Santos Corrêa, o livro, segundo Pedro, é um passo em direção a um público mais adulto. Mas claro, sem intenção qualquer intenção de abandonar os leitores mais jovens.
— Ele é um pouco mais adulto do que os outros, ilustrado com uma pegada um pouco mais conceitual — define.
PROGRAME-SE
O quê: sessão de autógrafos do livro "As lágrimas que não chorei", do escritor Pedro Guerra.
Quando: na próxima sexta, às 19h30min.
Onde: no Centro de Cultura Ordovás (Rua Luiz Antunes, 312).
Quanto: entrada gratuita. O livro estará à venda por R$ 25.