O que se imaginava antes de a bola rolar aconteceu. Um duelo tático extremamente interessante e um grande jogo no Estádio Alfredo Jaconi. O Fortaleza mostrou os motivos que fazem o time estar no G-4. O Juventude deu mais uma demonstração de que pode encarar qualquer equipe do Brasileirão.
Diante de um rival com um esquema diferente e com aptidão para o bom futebol, o Juventude demorou a encontrar espaços. Tinha a posse de bola, mas o Fortaleza fechava bem os espaços pelos lados de campo na primeira etapa. Restaram os chutes de longa distância de Matheus Jesus. Para piorar, veio o gol de Marcelo Benevenuto, em cobrança de escanteio na qual a defesa alviverde vacilou de novo. Didi errou o tempo da bola e o zagueiro da equipe cearense foi letal.
Veio o segundo tempo e a postura do Ju mudou com as trocas realizadas por Marquinhos Santos. Primeiro, de posicionamento. Depois, com peças que tornaram o time mais intenso e agressivo. Mais uma vez, méritos ao treinador pela leitura de jogo e o acerto no tempo das mudanças. Chico mostrou evolução, Bruninho entrou de forma agressiva e Sorriso incendiou o time. Pelo lado direito, com uma jogada individual, o guri abriu o caminho e criou a jogada para o primeiro gol de Ricardo Bueno com a camisa alviverde.
Aliás, o camisa 9 ainda dará muitas alegrias ao torcedor jaconero. É um jogador de qualidade técnica refinada, experiente e que facilita o jogo para quem vem de trás. Foi com essa movimentação que ele ajudou a equipe a levar mais perigo ao gol de Marcelo Boeck.
Porém, o resultado de 1 a 1 não se resume nos gols. Foi uma baita partida. E depois dos 25 minutos do segundo tempo virou um enfrentamento aberto, com chances para os dois lados. Em uma das chegadas dos visitantes, pênalti assinalado pelo VAR. Lance de interpretação. E a trave evitou um gol que, naquele momento, seria injusto.
O Juventude cresceu, se impôs e era melhor. Só não virou porque Boeck fez um milagre na finalização cara a cara de Sorriso. E teve ainda o lance polêmico. Nas cabines do estádio, sem replay, fiquei com a sensação de que Chico poderia ter finalizado o lance e atrasou a passada esperando o contato. Talvez, pelo lance que havia sido marcado minutos atrás. Em muitos casos, o árbitro daria pênalti. Raphael Claus, em outro lance de interpretação, optou por não dar. O VAR manteve a decisão de campo.
Entretanto, ao final do jogo, vale falar menos de arbitragem e mais do que se viu com a bola rolando. Um empate digno de aplausos pelo que fizeram as duas equipes. Um jogo de elite. E que deixa o torcedor alviverde muito mais esperançoso pelo que está por vir. A meta segue a mesma e o time tem mostrado, rodada após rodada, que não está longe do Z-4 por acaso.