Dedicação, intensidade e aplicação tática são termos que, costumeiramente, são tratados de forma positiva em qualquer avaliação no futebol moderno. E os três se aplicam quando falamos do meio-campista Guilherme Castilho, do Juventude.
O jogador emprestado pelo Atlético-MG é daqueles que demonstra uma entrega acima da média. Vai para uma dividida como se fosse um prato de comida. O problema é que existe uma linha muito tênue entre a vontade e a afobação.
Na sua segunda expulsão pelo Juventude no Brasileirão, e em uma situação muito semelhante da primeira, contra o Ceará, Castilho passou do ponto. Transformou a intensidade em uma falta desnecessária. Com o VAR, a agressão virou cartão vermelho e prejuízo para o Juventude, não apenas na derrota contra o Inter, mas pensando no duelo fundamental diante da Chapecoense.
O prejuízo vem também com o cartão vermelho para Marquinhos Santos. Por mais que a arbitragem de domingo possa ter prejudicado em algum lance pontual, não interferiu no resultado da partida. O Juventude foi menos eficiente, menos capaz do que o Inter. Por isso, perdeu.
E, diante de tanta reclamação, que já tem virado um costume chato do futebol brasileiro, a expulsão do treinador traz mais um problema para o duelo contra a Chape.
De novo, o Juventude terá que aprender com as lições. Não dá para o zagueiro levar um cartão amarelo com quatro minutos por um lance bobo. Ou o grupo se afetar tanto por uma decisão da arbitragem. Não se trata só de questões táticas, técnicas ou de organização do time dentro de campo. Na Série A, a equipe não pode passar do ponto e transformar a vontade de buscar o resultado em desequilíbrio emocional.