Inquieto e extrovertido. Disciplinado e focado. Minucioso, atento a cada detalhe, dentro e fora do foco da cena. Ney Moraes passou a vida lapidando movimentos, por vezes em corpos que pareciam avessos à dança.
Em todo corpo cabe a dança, dizia ele, nem que fosse preciso reinventar o sentido de dançar. Incansável e paciente, testava os limites do bailado, da coreográfica existência sobre o linóleo. Seu fardo era dar entrevista. Nessas horas, recorria à Verônica Gomezjurado Zevallos (o amor de sua vida) e à Sigrid Nora (a quem Ney era devoto).
Ney saiu de cena às 20h, simbolicamente, no horário em que geralmente abriam-se as cortinas dos espetáculos que ele dançou ou coreografou. Saiu de cena deixando aos bailarinos que realinhem em seus troncos o gingado do bailado do Ney.
Sob aplausos, te saudamos, Ney.