"Eu baixo a cabeça e empurro o lodo" foi o que ouvi de um voluntário nesta semana. Como ele, centenas — ou talvez milhares — fazem o mesmo: focam na ajuda humanitária, dando um pingo de dignidade a quem perdeu tudo.
É tanto trabalho, e tão intenso, que não há tempo para mais nada. Não há tempo para teorias conspiratórias, críticas infundadas e, muito menos, fake news. Aliás, boatos, mentiras e desinformação têm sido um agravante nesta crise climática. Trazem mais problemas aos que já temos.
A reconstrução será longa diante de tantos estragos. Somente a reparação da BR-470 poderá levar um ano, segundo estimativa do prefeito de Veranópolis, Waldemar De Carli. Conforme o governador Eduardo Leite, refazer a infraestrutura afetada em todo o Estado custará R$ 19 bilhões.
Um estudo da Fiergs, divulgado nesta semana, aponta 80% da economia impactada com a tragédia. É um número assustador. Mesmo a empresa não atingida diretamente pela água, sofre os efeitos da logística prejudicada.
Com a chuva que voltou a cair nesta sexta-feira (10) na Serra e outras regiões do Estado, a apreensão aumenta, naturalmente. Por isso a necessidade urgente de pensar em políticas ambientais para que tragédias como essa que estamos enfrentando não se repitam.