Há muito trabalho a ser feito onde a água da enchente já baixou. A limpeza das cidades é um trabalho que exige força e nem sempre pode ser feita com itens usados em uma faxina simples. Quem ajudou nas inundações do ano passado sabe bem.
O Head de Marketplace Daniel Orsato Tesser Pozza foi voluntário no Vale do Taquari em 2023 e teve dificuldades para varrer a lama naquela época. Comentou com o sogro, o empresário Nelço Angelo Tesser, que era preciso uma ferramenta mais eficiente. Seu Nelço bolou, então, um rodo de madeira mais resistente que os de plástico.
A criação, inspirada em materiais como rastelo, está sendo útil mais uma vez. Mais de 200 já foram produzidos nos últimos dias por um grupo de amigos capitaneados pelo Rotary Club e usados para limpar casas e prédios em Caxias do Sul, Roca Sales, Vale Real, Encantado, Muçum, Cruzeiro do Sul, Estrela e Arroio do Meio.
Dezenas de empresas da Serra se somaram à iniciativa e ajudam com matéria-prima, fabricação e distribuição. Mais rodos estão sendo replicados em outras regiões do Estado.
— O cenário é muito mais duro e difícil do que a televisão consegue mostrar. É muita sujeira, é muito pesado — diz Daniel, voluntário mais uma vez, agora na tragédia que atinge praticamente todos os municípios gaúchos.
De metal
Um protótipo em metal do rodo, mais resistente, já foi desenvolvido por um voluntário e empresas metalúrgicas da região trabalham para aprimorá-lo — a Randoncorp é uma delas. Daniel estima que para limpar todas as cidades atingidas serão necessários entre 15 mil e 20 mil rodos.
Quem quiser ajudar com material para a fabricação dos itens ou com outros produtos para as vítimas da enchente, pode doar para o Distrito 4700 do Rotary pela chave pix 08.155.474/0001-14 (CNPJ).