Há um programa na TV a cabo chamado O mundo visto de cima. Gosto de assisti-lo porque ele coloca nossa percepção do espaço físico numa outra perspectiva. O que parecia grande, parece pequeno. O que parecia importante, revela-se apenas um detalhe dentro de um conjunto maior. Nos momentos em que não consigo domar convenientemente meu ego, lembro invariavelmente de algumas cenas e com impressionante rapidez me sinto reconduzido a minha verdadeira dimensão. Eu, um entre muitos outros – é sempre bom lembrar dessa velha fórmula de vida quando, pelas razões mais diversas, nos sentimos assaltados pela certeza de nossa importância. Não o somos. Cada um de nós é somente uma peça substituível numa engrenagem praticamente infinita. Nosso desaparecimento causará comoção provisória naqueles que nos amam e por um tempo determinado. Depois, tudo seguirá o seu curso e, com sorte, permaneceremos na lembrança por uma ou duas gerações que nos sucederem. É conveniente ter isso em mente numa época em que as pessoas andam cada vez mais exibidas. Façanhas domésticas ganham uma dimensão épica. Está aí o Facebook que não me deixa mentir.
Opinião
Gilmar Marcílio: zoom!
Sugiro também a leitura de um interessante livro chamado Zoom
Gilmar Marcílio
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