Dentro de um ano, Caxias do Sul já saberá quem será o futuro prefeito. A definição pode se dar em primeiro turno, em 6 de outubro, ou no segundo turno, marcado para 27 de outubro. Há três nomes colocados para a sucessão: Adiló Didomenico (PSDB), como candidato do governo, pela reeleição; Maurício Scalco (ainda no Novo), por partidos da direita (Novo-PL-Progressistas-Podemos); e Denise Pessôa, nome preferencial do PT e da esquerda. O resto são indefinições. A perspectiva é de uma eleição com bem menos candidatos do que os 11 de 2020. O lançamento do nome do ex-prefeito e ex-governador José Ivo Sartori à prefeitura em encontro do MDB, sábado passado (28/10), embola e produz o efeito de protelar as demais definições partidárias.
Sartori é peso-pesado e nome para interferir e alterar o cenário. O MDB precisa de Sartori, Sartori decidirá se responde à convocação do partido. Porém, se os demais partidos esperam pelo MDB, os três nomes já colocados seguem no cenário, o que é uma vantagem para estes, que podem prosseguir em articulações. No entanto, elas ficam um pouco embaraçadas à direita, pois havia um plano de ter a vereadora do MDB Gladis Frizzo como vice de Scalco e agora ela diz: “Vamos ver”; e mais embaraçadas ainda à esquerda, pois a alternativa de uma frente ampla inclui buscar parcerias com PSB e PDT, e ambos, especialmente o PSB, têm interesse na definição de Sartori. Os socialistas não cogitam avançar em definições este ano. O prejuízo maior é à esquerda, que vê freados os movimentos pela ampliação de uma frente.
No momento, o componente restante do cenário eleitoral para 2024 envolve o secretário do Meio Ambiente, João Uez, licenciado do PSDB, sondado por Republicanos – inclusive com convite para ser candidato a prefeito – e por outros partidos, mas que também está “lendo cenários”. E o cenário ficou mais embolado.
Atenções recíprocas entre PDT e PSB
Chamaram atenção referências recíprocas do ex-prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) e do ex-vice Elói Frizzo (PSB) a uma atenção especial entre os dois partidos. PSB e PDT atuam no mesmo campo político, na centro-esquerda.
– Temos uma questão a enfrentar, boa questão, aliás, esta de formarmos (o PDT) uma federação com o PSB (a federação em articulação nacional inclui o Solidariedade e, se sair, não deve ser para 2024) – disse Alceu.
Federação é um bloco partidário que atua de forma unificada em uma eleição e na legislatura subsequente, por quatro anos.
Já Frizzo enfatizou à reportagem (página ao lado) “a prioridade absoluta por uma composição de centro-esquerda, especialmente com o PDT”.
Ausência e "história pretérita"
No entanto, diferentemente de MDB, PT e até PSDB, que marcaram presença com lideranças importantes no encontro municipal do PSB há uma semana, o PDT não esteve lá. O ex-presidente do PSB, Adriano Boff, atenuou a ausência:
– O que chama atenção não é que o PDT não estava. Nós estivemos na homenagem (concessão do título de Cidadão Caxiense) ao Alceu (ex-prefeito Alceu Barbosa Velho, em 26/10, dois dias antes do encontro socialista). Temos (os dois partidos) uma história pretérita juntos.