As mobilizações pelo país, em protesto contra o governo, pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff e em apoio à Operação Lava-Jato, foram grandiosas, como era esperado diante dos acontecimentos recentes, que alvejaram em especial o ex-presidente Lula. Foi o principal fato político do final de semana, pois produzirá repercussões na condução do processo de impeachment a partir da influência direta no espírito dos parlamentares. O número de participantes nas capitais e principais cidades do país foi significativo, bem como as imagens das manifestações.

Em Caxias do Sul, foram 40 mil pessoas, segundo a Brigada Militar. As manifestações pelo país foram um termômetro do descontentamento. Apesar do reforço de peso para a pretensão do impeachment, chegar até lá não é nada simples. O pedido precisará ser admitido pela comissão especial da Câmara, e a indicação dos representantes do PMDB cabem ao líder do partido, Leonardo Picciani, próximo do governo. Depois, se o pedido for aceito, ainda será preciso o voto favorável de 2/3 dos deputados para ele chegar ao Senado.

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O que muda é o apelo popular. Por isso, a voz das ruas é mais um incômodo sério para o governo, que fica ainda mais exposto e fragilizado.

O fim de semana ainda teve outro encaminhamento preocupante para o governo. A convenção nacional do PMDB jogou a decisão sobre o desembarque do partido do governo para o Diretório Nacional e fixou até prazo para a saída: em 30 dias. Michel Temer, reeleito presidente nacional da sigla, tratou de capitalizar para si os efeitos políticos da convenção. Discursou que "não é hora de dividir o país" e não assumiu novos desgastes com a presidente. Temer tem larga experiência e sabe se movimentar.

O governo sai do fim de semana ainda mais fragilizado do que entrou. Era esperado. Resta ver agora se conseguirá reagrupar forças.