A jornalista Juliana Bevilaqua colabora com a colunista Babiana Mugnol, titular deste espaço
Um grupo da Serra deve ir a Brasília nas próximas semanas para apresentar a proposta de nova classificação do vinho nacional. Na abertura da ExpoBento e Fenavinho, na quinta-feira (8), o deputado estadual Guilherme Pasin apelou ao ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, para que o governo promova a reclassificação de bebida alcoólica destilada para complemento alimentar, como ocorre em outros países.
– Ele pediu para fazer uma comitiva e ir a Brasília para apresentar o projeto. Vamos reunir o setor e os argumentos. Em duas ou três semanas devemos marcar. Depende, claro, da agenda dele – diz Pasin, que foi prefeito de Bento Gonçalves.
A mudança na classificação é uma demanda antiga do setor vitivinícola. Hoje, como é considerado um destilado, tem carga tributária muito alta, segundo o deputado. Para cada garrafa, 56% é tributos, exemplifica. Com a reclassificação, ele acredita que a tributação pode reduzir para menos da metade, o que daria competitividade diante do vinho estrangeiro.
— A cada 10 garrafas de vinho consumidas no Brasil, apenas duas são nacionais. A reclassificação iria estimular os produtores daqui — acredita.
A nova classificação depende de mudança na legislação. O pedido do deputado é que o governo envie projeto de lei para o Congresso Nacional. A aprovação resultaria, conforme Pasin, em um efeito cascata, com mudança na tributação nos estados também:
— Não é justo o vinho ser considerado destilado porque não tem o mesmo teor alcoólico que o uísque, o conhaque. Fiz esse pedido e seria aceitável até mesmo a reclassificação para bebida alcoólica normal.