Uma rede de supermercados do Rio de Janeiro suspendeu, nesta semana, as vendas de produtos da Vinícola Aurora, em função do resgate de trabalhadores em situação análoga à escravidão.
A Zona Sul, com 40 unidades distribuídas pelos bairros onde se concentra o público de maior poder aquisitivo da cidade do Rio de Janeiro, afirmou que não tinha um contrato fixo com a cooperativa da Serra e deixou de comprar novos produtos. Ela também retirou a marca das gôndolas.
Sobre a Zona Sul, a Aurora afirmou que lamenta, mas respeita a decisão do estabelecimento. Também destacou que adotou medidas austeras para que os fatos sejam devidamente esclarecidos, de forma transparente e colaborativa junto às autoridades públicas. E, como empresa, se comprometeu a redobrar a atenção para que o episódio, que chamou de indesculpável, não venha a se repetir.
Segundo a assessoria de imprensa da Aurora, até o fechamento desta edição da coluna, esta foi a única rede que comunicou a suspensão de vendas dos produtos publicamente.
O impacto nas outras vinícolas
A coluna procurou ainda a Salton e a Garibaldi, que também contrataram serviços da Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde Ltda de Bento Gonçalves, empresa que fornecia mão de obra, para saber a posição em relação ao comportamento de grandes redes de varejo. A Zona Sul disse que não trabalhava com essas marcas mesmo antes do caso do trabalho similar à escravidão.
Sobre este tema, a Salton destacou que não tem informações sobre a situação envolvendo atacadistas e varejistas. Também procurada pela reportagem nos últimos dias, a Fênix disse que só vai se manifestar nos autos do processo.
A Cooperativa Vinícola Garibaldi afirmou que, neste momento, não tem manifestações a emitir sobre questionamentos ligados a negócios e clientes.