O ensino de robótica está na rotina do Programa Florescer, promovido pelo Instituto Elisabetha Randon (IER), há pelo menos 10 anos. Mas em 2022, quando a iniciativa que prepara jovens para desafios do futuro completa 20 anos, as oficinas e estudos que desenvolvem o pensamento computacional ganham ainda mais protagonismo. Antes realizadas por intermédio de instituições de ensino parceiras para os alunos de iniciação profissional, agora elas passaram a ser oferecidas diretamente a todos os 360 alunos do programa, integrando o cronograma diário de atividades do público atendido nos núcleos localizados nas Empresas Randon, em Caxias, e na Fras-le, no bairro Forqueta.
Um exemplo dos frutos do Florescer é o da própria professora de robótica, Mirian Fernanda da Luz, 23 anos. Ela foi uma das crianças atendidas pelo programa. Ingressou aos 12 anos, depois passou pelo programa de qualificação profissional, foi inserida na equipe administrativa do instituto e hoje cursa o ensino superior em Pedagogia. Como sempre gostou de robótica, agora compartilha os conhecimentos que aprimorou com novos cursos na área.
— É gratificante ver a felicidade dos pequenos, porque eles gostam também, e o quanto é importante essa nova área para ajudá-los no futuro no mercado de trabalho — destaca Mirian.
Entre os projetos desenvolvidos pelos alunos maiores de Mirian, com idade entre 11 e 16 anos, têm guitarra, dispenser de álcool gel e outros pequenos robôs funcionais.
As crianças na faixa de oito a 11 anos são introduzidas ao conceito de educação tecnológica experimentando a montagem de peças de Lego e outras atividades.
Inserção nas Empresas Randon chega a 74%
Em 20 anos do programa Florescer, quase 16 mil crianças e adolescentes foram beneficiados pelas iniciativas de aprendizado; só em Caxias do Sul foram mais de 6,9 mil atendimentos. A taxa média é de 98% de aprovação escolar entre os participantes. Além disso, a inserção no mercado de trabalho de quem fez o Florescer é alta.
Para se ter uma ideia, ele acaba sendo uma porta de entrada nas Empresas Randon e, no último ano, essa taxa de colocação no grupo chegou a 74%.
Maurien Randon Barbosa, diretora-presidente do IER, destaca justamente que estes números reforçam o caráter do projeto, de aproximar as crianças e adolescentes de conceitos que serão úteis tanto no processo de aprendizado em sala de aula, como no desenvolvimento do interesse pela inovação e tecnologia para o mercado de trabalho.
Além do impacto social do Florescer, que hoje tem atuação em Caxias, Vacaria, Bento Gonçalves, Erechim, além de Maringá (PR) e Joinville (SC), a ampliação do ensino de robótica também atende a uma necessidade de mercado, já que uma das áreas com maior dificuldade de preencher a demanda de profissionais é a da Tecnologia da Informação (TI).