A pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) divulgada nesta semana, que mostra quase dois terços das indústrias gaúchas com dificuldades para contratar, só corrobora um problema que vem sendo enfrentado com força na Serra desde que as contratações foram retomadas no pós-pandemia. Atualmente, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região (Simecs) aponta que de 2,5 mil a 3 mil vagas precisam ser preenchidas na sua base de 17 municípios.
Conforme o presidente do Simecs, Paulo Spanholi, esse número chegou a cinco mil vagas logo que grandes empresas que demitiram na pandemia voltaram a recrutar, mas a demanda atual ainda está longe da estabilização:
— Estamos passando por um momento de muita dificuldade. A mão de obra qualificada é o maior problema, mas hoje é difícil contratar em todas as áreas. Para auxiliar geral, temos uma dificuldade enorme — exemplifica.
Por isso, a maior entidade industrial da Serra vem trabalhando com instituições de ensino e órgãos públicos em ações para atração e retenção de pessoas. Umas das frentes trabalhadas é na oferta de qualificações. No entanto, Spanholi diz que a questão comportamental vai precisar de atenção, pois não adianta ter cursos se essas vagas também não estão sendo preenchidas. O presidente do Simecs defende iniciativas para que os jovens se aproximem das empresas, conheçam como elas funcionam e percebam como estão atualizadas.