A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) apresentou os números de emplacamentos de veículos no primeiro semestre do ano no Brasil. No geral, houve um recuo de 15% nas vendas, puxado pelos veículos leves. O que chama a atenção da indústria da Serra é que o segmento pesado também teve números negativos.
No caso dos caminhões, houve queda de 1,22% no acumulado do ano na comparação com o mesmo período de 2021. Segundo a Fenabrave, no início do ano havia muitas entregas represadas e o segmento estabilizou. Os emplacamentos de ônibus também recuaram 1,31% no primeiro semestre, segundo a Fenabrave. O segmento segue com dificuldades para se recuperar, com volume próximo ao mesmo período de 2021 e abaixo do que se comercializava antes da pandemia.
Um importante alerta foi a queda mais expressiva em implementos rodoviários, importante ramo para a indústria regional. A redução chegou a 10,3%, mas cabe destacar que a base de comparação é 2021, que marcou o pico histórico de vendas neste segmento. Tratores e máquinas agrícolas, que também têm representatividade na indústria da Serra, não tiveram o mesmo ajuste que já ocorreu com implementos e acumularam crescimento de 26% no semestre.
O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região (Simecs), Paulo Spanholi, diz que estes dados da Fenabrave já mostram uma tendência para o segundo semestre, de repetir os mesmos números ou até registrar uma queda em função de que setores que estavam muito impulsionados comecem a ter estabilidade.
— É um sinal de alerta por vários motivos, porque ainda temos problemas sérios de falta de componentes, como semicondutores e alguns tipos de aço, somado ao ano eleitoral, guerra da Rússia e Ucrânia, e aumento de inflação. São muitos motivos para que isso ocorra — destaca o presidente do Simecs.
Spanholi esclarece que é um momento de atenção para a indústria, mas que não chega a ser preocupante. No entanto, acrescenta como um impacto importante deste cenário a retração de investimentos.