Após mais de um ano da entrega da documentação técnica ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) para obter a Denominação de Origem (DO) Altos de Pinto Bandeira para espumantes, a Associação dos Produtores de Vinho de Pinto Bandeira (Asprovinho) acredita que o reconhecimento pode ocorrer a qualquer momento.
O monitoramento é semanal e a expectativa de que a primeira DO exclusiva para este tipo de bebida saia em breve é baseada no tempo observado para sair outras indicações geográficas, inclusive a que Pinto Bandeira já tem para vinhos desde 2010.
Conforme Rodrigo Arpini Valerio, que presidia a Asprovinho no momento da entrega da reivindicação da DO, o documento que está sendo analisado tem mais de 400 páginas. O atual presidente da Asprovinho, Daniel Geisse, destaca a importância deste feito:
— A DO é um estudo científico com muitas análises que respaldam que é uma região diferenciada para elaborar espumantes de alto padrão, pela estrutura de solo, pela altitude, pela acidez com uva madura, por uma série de fatores — elenca Geisse.
Principais regras
Se contemplada, a DO de Pinto Bandeira vai abranger 65 quilômetros de área contínua, sendo 76% localizada em Pinto Bandeira, 19% em Farroupilha e 4,4% em Bento Gonçalves.
Segundo o presidente da Asprovinho, pelo menos quatro vinícolas têm processos sendo feitos e catalogados para que possam buscar a certificação assim que a DO for reconhecida, caso da Família Geisse, Don Giovanni, Valmarino e da Aurora.
Para que as empresas possam elaborar os espumantes que poderão se utilizados com a DO, quando ela estiver valendo, será preciso atender a uma série de critérios, como a elaboração apenas com as uvas Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico. As uvas precisam ser cultivadas em espaldeira. Os espumantes só poderão ser elaborados pelo método tradicional, ou seja, com a segunda fermentação sendo feita na garrafa. A DO exige também tempo superior a 12 meses de guarda.