A colheita da uva na Serra é também período fértil de muitos debates para alavancar a inovação. Especialistas nesta área participam de vários painéis na Festa da Uva e esta sexta-feira é dia de receber também Fernando Seabra e Anderson Diehl, que além de participarem do Solo de Inovação no evento, incluíram na agenda uma visita a CIC Caxias e terminarão o dia na Conexo, nas Empresas Randon.
Seabra é cofundador do Angel Investor Club e diretor da Fiesp há sete anos, onde acompanha de perto os principais gargalos da indústria para acelerar a inovação. Diehl também é fundador do Angel, um dos maiores ecossistemas de investidores de startups do país, e membro de vários aceleradores de negócios. Os especialistas foram trazidos pela agência de inovação Aeromoça para a Serra.
Confira a seguir os cinco gargalos que eles elencam como foco principal de empresas da Serra, pelo perfil da economia ser calcado na indústria pesada:
1 – Inovação não tem relação com tamanho e idade
“A indústria pesada e tradicional tem processos de desenvolvimento e pesquisa mais longos e mais custosos. É preciso ter acesso a metodologias mais ágeis e pessoas com uma cultura mais digital”, destaca Seabra.
2 – Processos muito rígidos
“Muitas vezes, as empresas contratam startups nos mesmos termos das negociações que fazem com gigantes. Inovar hoje é testar, validar e desenvolver com agilidade”, ressalta Diehl.
3 - Perder o medo de apresentar os problemas para fora
“Tem que se abrir para o mundo, fazendo o que a gente chama de eventos híbridos entre equipes internas e externas. A indústria privada tem que deixar de resolver problemas do modo tradicional”, aponta Seabra.
4 – Errar precisa ser permitido
“Pode começar de dentro para fora. Errar precisa ser permitido e fazer parte dos processos. Não adianta querer e, ao mesmo tempo, ser muito rígido”, destaca Diehl.
5 – Questão tributária
“Outro aspecto que percebo como um gargalo é a própria questão tributária e pouco apoio ao empreendedorismo. Como o Estado pode criar mecanismos para acelerar o ambiente de inovação?”, sugere Diehl.