Após mais de 13 anos como executiva da área de Recursos Humanos (RH) da Marcopolo, Fabíola Saretta, 49 anos, virou consultora no desenvolvimento e condução de processos de transformação organizacional. Hoje atua no desenho e implementação de iniciativas relacionadas com pessoas, estratégia, cultura, liderança e inovação de outras empresas. É também a coordenadora técnica do UCS Executive Program – Gestão Empresarial, um programa inspirado nas grandes escolas de negócio do país que terá a primeira turma em Caxias do Sul a partir desta semana.
A executiva atuou em empresas como o Sesi e Randon. Na Marcopolo, liderou projetos importantes na área de desenvolvimento organizacional suportando a alta direção em temas como sucessão e talentos, cultura organizacional, performance executiva e de times, desenvolvimento de líderes, contratação executiva, gestão da estratégia e outras ações.
Entre os trabalhos em destaque está a orientação da empresa ao futuro, com o Marcopolo Way, um modelo de estruturação de processos para implementação global; o Innovation Mindset, realizando ações como o Startup Weekend Industry in company; e foi também a idealizadora do hub e do movimento pela Inovação na Marcopolo. Fabíola também foi jurada em eventos de startups em Caxias e região, além de Santa Catarina e em São Paulo.
Formada em Direito, com MBA em Gestão de Pessoas pela UCS, MBA em Gestão Empresarial pela FGV e Gestão de Alta Performance pela Fundação Dom Cabral, atua desde 2007 como docente de pós-graduação na FGV – CEEM. Leciona temas de gestão de pessoas, liderança e inovação. É membro do Comitê Estratégico de RH da Câmara Americana do Comércio (Amcham).
No currículo, ela conta ainda com vivências em empresas como 3M, Volvo, Nestlé, Gerdau, Renner, Toyota e Tadano (Japão), AGCO, Sicredi, Whirlpool, GM, Bosch, WeWork, Cubo Itaú, Santander, We Fab e Campus Google/TechStars. A seguir, Fabíola compartilha um pouco de conhecimentos e experiências para quem quer ou precisa liderar pessoas em um planejamento que muda a todo o momento por conta da pandemia.
Como você se tornou executiva?
Foi naturalmente. O desejo de poder contribuir efetivamente na gestão dos negócios talvez tenha sido a grande alavanca. Olhar para o presente e construir o futuro junto com equipes é um dos principais privilégios de ser executivo.
Qual foi o maior desafio da tua carreira até hoje?
Penso que é o desafio das executivas em geral, de conciliar a carreira e a família, principalmente quando se tem filhos. O perfil do profissional executivo e a necessidade da posição é, normalmente, de muitas horas de trabalho, o que acaba demandando muita dedicação nas duas esferas.
Como você supera esse desafio diário?
Com organização, apoio da família e apoio de bons líderes que tive. É um conjunto de coisas. Obviamente, sempre achamos que poderíamos ter feito mais e melhor. Mas isso faz parte da profissão. Acabava aplicando o conceito de que qualidade é mais importante que a quantidade, e deu certo.
Qual a principal recomendação para quem almeja estar no comando?
Lembrar que o líder aponta o norte, mas o time é que constrói o caminho. Penso que uma boa relação baseada em transparência e respeito junto a um bom ambiente de trabalho são fundamentais.
Qual o perfil dos líderes que se destacam neste momento atual de incertezas provocado pela pandemia?
Mais do que nunca, as pessoas precisam do líder comunicador, próximo, que talvez não tenha todas as respostas, mas que está disponível para ouvir.
Qual o desafio mais comum das empresas da região na formação de líderes?
Acredito que sejam dois. O primeiro deles é renovar conceitos de liderança de pessoas, uma vez que algumas práticas já não se aplicam mais e que a liderança de pessoas precisa acompanhar as transformações, os movimentos da sociedade e do mercado. E outro ponto é encontrar programas de desenvolvimento adequados.