Não há otimismo que resista aos números da economia caxiense, divulgados pela CIC e CDL. Sim, no primeiro semestre os índices fecharam no azul nos comparativos de junho em relação ao mesmo mês de 2018 (5,8%), no acumulado do ano (7,6%) e no acumulado de 12 meses (7%). Mas o balde de água fria chega quando se coloca o zoom em junho em relação a maio, quando todos os setores fecharam no vermelho: indústria, com queda de 4,4%; comércio, com recuo de 19,2%; e serviços, com baixa de 1,6%.
O que isso significa na prática: que os negócios desaceleraram em razão das incertezas que tomam conta do mercado. Não há fatos ou avanços importantes em reformas que justifiquem a volta da euforia. Com expectativas mornas, os empresários seguram investimentos. Os clientes, sem garantia de manutenção de emprego ou recolocação, ficam reticentes para comprar no comércio. Isso explica a retração tão alta no indicador do varejo. Já no caso da indústria automotiva, o cenário é positivo, em função dos pedidos represados pelos anos de crise econômica.
Em junho, Caxias perdeu 293 vagas, embora em 2019 tenha havido a criação de 3.192 empregos. É momento de preocupação? Não, apenas de olhar atentamente. O recorte de apenas um mês é volátil para uma leitura da conjuntura, apresentando oscilações abruptas. Já os indicadores acumulados no ano e em 12 meses costumam apontar melhor a tendência. No caso, azul. O que não pode é mês a mês haver um passo para trás.
Junho pode ser exceção, espera-se. O momento é de manter a esperança, a despeito do ano não corresponder como se almejava.