Era uma noite de comemoração ao Dia do Revendedor, mas o presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis de Caxias e região (Sindipetro), Eduardo Martins, aproveitou para desabafar e para evidenciar as dificuldades do setor.
No jantar/show de quarta-feira, junto a lideranças, ex-presidentes da entidade e empresários, o dirigente apontou o futuro da atividade pautado por incertezas.
Um dos receios da cadeia de combustíveis refere-se à possibilidade de liberação de compra de etanol direto das usinas, sem passar pelas distribuidoras.
– Inicialmente, pode haver uma redução nos valores de aquisição desse produto. Mas, a médio prazo, as pequenas empresas não terão condições de competir contra as gigantes do mercado – discursou, destacando aquilo que chamou de “desequilíbrio concorrencial” e “porta aberta para a ilegalidade”.
A medida, no entanto, ainda está em estudo pelo governo federal, podendo ser até ampliada. Um dos riscos seria as distribuidoras passarem a ser concorrentes de postos.
Martins salienta que países que adotaram a “verticalização” experimentaram a concentração de mercado, como é o caso do Chile, com o combustível mais caro da América do Sul.
O presidente do Sindipetro ainda abordou outra pedra, ou “fantasma”, como definiu, no caminho da atividade: a complementação do ICMS
– Postos que compram combustíveis com valores mais altos e comercializam acima do preço de pauta estão tendo de pagar essa complementação. Cria-se uma diferença ainda maior de preços entre cidades e uma concorrência desequilibrada – criticou, falando da necessidade de se “reinventar”.