Se o clima de cautela deu o tom da indústria geral de Caxias no primeiro trimestre, quando avançou ínfimo 1%, o mesmo não se pode aplicar à Marcopolo.
Na fabricante caxiense, otimismo continua sendo a palavra de ordem, amparado por números bastante audaciosos divulgados nesta segunda ao mercado. No primeiro trimestre de 2019, a produção total da empresa foi de 3.535 ônibus, volume 25,5% superior ao mesmo período de 2018. O mercado nacional continua no caminho de retomada, tendo absorvido 84% das carrocerias fabricadas pela Marcopolo.
A receita líquida no primeiro trimestre foi de R$ 898,6 milhões, crescimento de 17,5% em relação aos R$ 764,8 milhões registrados no mesmo período de 2018. No Brasil, a cifra alcançou R$ 411,3 milhões, com alta de 23,3%.
O lucro bruto da empresa de janeiro a março totalizou R$ 138 milhões, com margem de 15,4% (o percentual foi de 12,6% no primeiro trimestre de 2018). A melhora dessa performance resulta em maior eficiência e alavancagem operacional.
O destaque do período foi o impulso no ramo de urbanos, tanto aqueles direcionados ao mercado brasileiro quanto os modelos exportados ou produzidos nas operações internacionais, com ênfase no México.
Embora a economia brasileira ainda esteja com um crescimento reticente, o setor de ônibus corre na frente por conta do represamento de pedidos observado entre 2015 e 2017. Isso ocasionou o envelhecimento da frota de ônibus e reflete-se em compras consistentes a partir da retomada iniciada em 2018.
O segmento de ônibus urbanos foi favorecido pelo bom momento das exportações, especialmente em função do câmbio e de compras voltadas à renovação da frota na cidade de Santiago, no Chile. Anima ainda o setor a conclusão do processo de licitação das linhas da cidade de São Paulo, prevista para o primeiro semestre deste ano.
No que tange ao filão de rodoviários, o freio na produção traduz o movimento de acomodação após a antecipação de demanda provocada pela norma de acessibilidade. Explica-se: desde 15 de outubro de 2018, todos os ônibus rodoviários fabricados para o mercado brasileiro precisam ser equipados com um elevador, o que encarece o produto ao cliente.
A perspectiva é de normalização dos pedidos de ônibus rodoviários, com a estabilidade de volumes, até o final deste ano.
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