A maioria dos economistas, analistas e empresários concorda que a Reforma da Previdência é uma necessidade do país. Pois o custo das aposentadorias, aliado à maior expectativa de vida, representa um fardo que emperra o crescimento, que trava avanços, que aniquila com os cofres públicos. Faz-se necessário aliviar esse peso das costas do governo para que o país deslanche.
Porém, não é justo incutir ao déficit da Previdência a solução de todos os problemas, que são muitos. Não é justo aniquilar com as conquistas e, sem um amplo debate, propor idade mínima de 65 anos para homens e de 62 para mulheres.
O assunto “Reforma da Previdência”, entregue na quarta-feira pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional, está longe de ser simples. Exige que se jogue um olhar atento para a complexidade da sociedade brasileira, para a discrepância de classes econômicas e para a diferença de oportunidades.
Sem esse olhar mais sensível e levando em conta toda a sociedade, incluindo o público rural e os servidores públicos, é possível que essa conta volte a assombrar o país em outras rubricas.
Algumas perguntas:
O mercado de trabalho absorverá o público mais velho que não estará aposentado e precisará de recursos para se manter?
As empresas darão oportunidades a jovens que precisarão começar a trabalhar cada vez com menos idade?
Os planos de saúde e o SUS estão preparados para doenças ocupacionais que podem prejudicar pessoas com mais idade?
É justo a idade mínima de 60 anos tanto para mulheres quanto para homens na aposentadoria rural?
Como as famílias cuidarão de seus pais sem o aporte de aposentadorias?
Esse texto possivelmente não passará na íntegra pelo Congresso Nacional, e está muito longe de algo aceitável de ser aplicado à realidade brasileira. É um assunto sério, complexo e ainda de difícil compreensão.
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