Comemorado na última segunda-feira, o Dia Nacional de Combate à Pirataria é uma data de conscientização sobre a prática ilegal de venda e compra de produtos ilegais. Ao cliente, há a tentação por economizar, mas sem levar em conta fatores como produtos falsificados de procedência duvidosa e falta de garantia.
No contexto econômico e social, essa é uma prática que alimenta o comércio irregular, a sonegação de impostos e a concorrência desleal com comerciantes que pagam tributos e geram renda e empregos.
Os dados assustam: as perdas nos 15 principais setores produtivos em 2017 somaram R$ 146 bilhões, com o segmento de confecções liderando o mercado ilegal, com R$ 35 bilhões, seguido por cigarros, com R$ 12 bilhões, e óculos, com R$ 7 bilhões, apontam os últimos dados do Fórum Nacional contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP).
Quem adquire um produto de origem duvidosa patrocina a contravenção. Sem sermos míopes, entende-se que muitos profissionais são empurrados para esse mercado clandestino por falta de oportunidades de trabalho. Por isso, esse é um tema complexo, que necessita de envolvimento e articulação de elos formados pelo poder público, iniciativa privada e consumidores no sentido de buscar alternativas que amenizem o drama social e, ao mesmo tempo, preservem a legalidade no comércio e o caminho de sustentabilidade das empresas. Sim, muitas fecham as portas pelo cenário de dificuldades e concorrência predatória.
A polêmica se intensifica às vésperas do Natal.