O setor automotivo da Serra foi sacudido com a informação de que a Keko Acessórios solicitou recuperação judicial. Foi um baque a um segmento fragilizado por uma crise econômica sem precedentes nos últimos anos.
Esse foi o motivo que levou a empresa, que há sete anos mudou-se de Caxias para Flores da Cunha, a não dar a volta em seus financiamentos bancários, o que forçou o pedido protocolado junto ao Fórum de Flores da Cunha, até como forma de viabilizar o negócio e preservar os 420 empregos diretos. A empresa alega que os altos investimentos na nova fábrica aliados a quatro anos de instabilidade econômica levaram a esse cenário de dificuldades e endividamento financeiro.
Na nota à imprensa, alega que "buscou inúmeras alternativas de renegociações com os bancos a fim de sanar o seu passivo a curto prazo, dívidas essas que vinham inviabilizando a gestão adequada do caixa e o cumprimento das obrigações com os demais credores."
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Quem conheceu a Keko sabe. Começou sua história em uma garagem em Caxias, há 32 anos, e transformou-se em case de modernidade, tecnologia e velocidade. Após 25 anos, despediu-se de Caxias motivada por incentivos para crescer.
Mas atua em um nicho de personalização automotiva para pickups e utilitários, filão de luxo que perdeu ritmo com a retração econômica, comprometendo os investimentos e o planejamento da companhia.
Apesar do cenário adverso, a indústria garante que vem mantendo o faturamento estabilizado desde 2015, é fornecedora homologada de 12 montadoras e exporta para 42 países. A torcer que o pedido seja acatado pela Justiça e que a empresa consiga fazer frente aos desafios para voltar a acelerar na praça.