Após sete rodadas de negociações, a convenção coletiva dos metalúrgicos de Caxias foi parar na Justiça. Mas a terceira (e última) audiência mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, em Porto Alegre, nesta sexta-feira, terminou sem consenso. Mais uma vez. O impasse persiste.
O turno 6x2 – alvo de divergências – foi retirado da pauta pela classe patronal (Simecs). Nesse modelo de jornada, os funcionários poderiam ser convocados a trabalhar nos finais de semana, o que não foi aceito pelos metalúrgicos.
Porém, dessa vez, o impasse voltou-se à questão da compensação do saldo devedor de horas pelos trabalhadores aos sábados, conforme sugeriu o Simecs. A entidade registrou em audiência que sem o banco de horas não aceitará as demais vantagens oferecidas à categoria profissional, em especial, o reajuste salarial de 2,8% que repõe a inflação do período, vigência das cláusulas sociais por 24 meses e a manutenção das cláusulas sociais da última Convenção Coletiva de Trabalho que perdem vigência em setembro.
O Sindicato dos Metalúrgicos não aceitou esse pedido, por entender que essa imposição tira o descanso e o lazer da categoria. Foi a última reunião mediada pelo TRT. Agora, as partes têm cinco dias para se manifestarem sobre a possibilidade de acordo. Caso contrário, o processo será arquivado e seguirá para julgamento.
Após duas horas de negociação, o desembargador Ricardo Carvalho Fraga e o procurador do Trabalho Paulo Queiróz propuseram alternativas de conciliação, como a possibilidade de compensação das horas em um sábado por mês, a partir de fevereiro de 2019, ou que essa compensação das horas negativas no banco de horas seja limitada aos trabalhadores estudantes e outras situações particularizadas, que poderiam ser regulamentadas pelas partes.