O próximo prefeito de Caxias, amparado pela nova Câmara de Vereadores, terá um grande desafio à frente: resgatar a autoestima e a força econômica da cidade, uma das mais impactadas pela crise econômica.
Conhecida pela sua pujança industrial e por atrair trabalhadores de fora, Caxias do Sul viu desde meados de 2014 sua envergadura econômica encolher, prejudicada pela extrema dependência da indústria pesada. Com menos crédito na praça e investimentos travados pelas incertezas, as empresas tiveram de demitir e flexibilizar as jornadas de trabalho, impactando profundamente nos salários.
Menos dinheiro no bolso significa menos vendas aos setores de comércio e serviços. Ou seja, a crise alastrou-se a toda a economia. Com isso, sem emprego, muitas famílias precisaram abandonar Caxias e voltar às suas cidades de origem.
Panorama preocupante esse que acendeu uma luz amarela (ou seria vermelha?) para a necessidade imediata de o poder público, em sintonia com o privado, planejar o futuro, que está ameaçado. Precisa entrar em pauta a diversificação da matriz produtiva, explorando o turismo e desenvolvendo um polo tecnológico, por meio de parcerias. Também é urgente que a cidade crie uma política pública para a atração e a retenção de empresas, sob pena de perdermos mais companhias. Isso harmonizado com investimentos maciços em infraestrutura.
Caxias deve identificar as lacunas. Aprender com os erros. Planejar. Preparar-se para as crises. A iniciativa privada precisará da pública para reerguer-se.
O cenário preocupante:
A economia de Caxias amarga perdas de 16,9% em 12 meses.
Caxias perdeu 21 mil empregos desde 2014, sendo 18 mil vagas encerradas em um ano e meio.
A cidade emprega 161.907 profissionais com carteira assinada, retornando aos primeiros meses de 2010.
A indústria perdeu representatividade, absorvendo 72.552 trabalhadores, 45% do total.