O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) confirmou nesta sexta-feira (19), por meio de nota, que não vai levar adiante a construção de uma ponte provisória sobre o Rio Caí, entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis. A decisão se baseia em um relatório de engenharia entregue na última quarta-feira (17), e que apontou a necessidade de mudança nos métodos de construção usados até então na construção de cabeceiras no local. O superintendente do Dnit havia confirmado à coluna que o cancelamento da obra estava em análise.
Segundo o documento, essa mudança no processo acarretaria um alongamento do prazo de conclusão para o fim do ano, e com isso a travessia provisória ficaria pronta quase ao mesmo tempo da ponte definitiva, que está sendo reconstruída na BR-116. Por uma questão de economia de recursos, o órgão entendeu que não faz sentido tocar as duas obras, e que é melhor focar na via permanente.
As cabeceiras da travessia provisória começaram a ser construídas ainda no final de maio, após a ponte que atravessava o Caí ser danificada pela enchente. A intenção era liberar a passagem provisória em cerca de um mês, mas uma nova cheia do rio danificou as cabeceiras que estavam quase prontas para receber uma ponte metálica fornecida pelo Exército. Após isso a obra entrou em período de estudo, e somente uma travessia para pedestres foi instalada nas proximidades.
Na nota divulgada nesta sexta, o Dnit confirma a previsão de conclusão da ponte definitiva no mês de dezembro, e indica a Ponte do Bananal, em Vale Real, como via alternativa para a ligação entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis. Confira a íntegra do documento:
"O Dnit informa que a solução temporária prevista para restabelecimento do tráfego no km 174,05 da BR-116/RS, na ponte sobre o Rio Caí entre Nova Petrópolis e Caxias do Sul, foi a instalação de uma ponte metálica emergencial do tipo LSB - Logistic Support Bridge, do Exército Brasileiro.
Para viabilizar a instalação dessa ponte seria necessária a execução de grandes aterros em rocha, de modo a reduzir a extensão a ser vencida pela ponte que atualmente é de 90 metros para o vão máximo que pode ser vencido pela ponte metálica, que possui 50 metros.
Os trabalhos de execução foram iniciados em junho. No entanto, nos dias 16 e 17 daquele mês um temporal com precipitação superior a 150mm em menos de 24 horas atingiu a região, causando elevação significativa do nível do Rio Caí e a destruição do aterro em rocha que vinha sendo executado.
Frente a isso, o Dnit buscou reavaliar a solução e levantou uma série de outras alternativas que possibilitassem a execução dessa travessia provisória. Contudo, em virtude da robustez necessária para que pudesse ser implantada uma estrutura que resistisse a novas cheias, seriam necessários longos prazos para execução das cabeceiras e todos os aspectos técnicos envolvidos, nenhuma alternativa de execução do desvio temporário utilizando a ponte do Exército na BR-116/RS se mostrou viável no prazo necessário para o restabelecimento do tráfego.
Mesmo reconhecendo a urgência da situação socioeconômica, a prioridade deve ser a segurança. Sendo assim, o Dnit indica como uma solução de travessia provisória, o uso da Ponte do Bananal como rota alternativa para a ponte do Rio Caí, em conjunto com uma passadeira flutuante de pedestres construída pelo Exército próximo ao km 174,05 da BR-116/RS. Ressaltamos que a Ponte do Bananal, localizada a 15 km da BR 116/RS, já é utilizada atualmente para o trânsito de veículos.
De forma paralela, seguimos com a execução da solução definitiva, cuja nova ponte sobre o rio Caí já se encontra em execução, com prazo estimado de finalização em dezembro do corrente ano com restabelecimento do tráfego parcial."