As obras de duplicação da BR-386 avançam no norte do Rio Grande do Sul. A primeira etapa dos trabalhos teve início em 2021, e agora, supera os 60% de conclusão, com expectativa de finalização para julho deste ano.
O primeiro trecho a passar pelas mudanças fica entre os municípios de Lajeado e Marques de Souza, com uma extensão de 20,3 quilômetros. Além da duplicação, também são feitas a implantação de passarelas, passagens, vias marginais, adequação de acessos e interseções.
A obra foi dividida em seis etapas e até 2030 deverão ser duplicados 165 quilômetros entre Lajeado e Carazinho, impactando 22 municípios. Conforme a concessionária responsável pelo trecho, CCR Viasul, mais de 600 trabalhadores e 110 tipos de máquinas operam nas 21 frentes de trabalhos.
— A importância da duplicação para a região é primordial para a área do desenvolvimento. Soledade, por exemplo, possui ramificações para várias cidades, então veja a importância de economia, de circulação, de emprego e renda — avalia Idioney Oliveira Vieira, presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede) Botucaraí, que abrange 16 municípios, entre eles Fontoura Xavier, Mormaço, Soledade e Tio Hugo, que estão na extensão das obras. A próxima etapa dos trabalhos abarca o trecho entre Soledade e Fontoura Xavier.
A segurança de passageiros de ônibus, pedestres e motoristas também é avaliada, por isso, o trecho precisa contar com vias marginais e paralelas à rodovia, segundo Vieira.
— Temos um restaurante na estrada em que circulam em torno de 70 ônibus de linha por dia, então é fundamental ter áreas próprias de retorno — afirma.
Um levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) aponta que aconteceram 1,5 mil acidentes entre 2017 e 2023 ao longo da via, com 146 mortes, sendo que 56 acidentes e quatro óbitos ocorreram somente entre janeiro e fevereiro deste ano. As melhorias previstas apontam 13 quilômetros de vias marginais, dois retornos em nível, seis adequações de acesso, quatro passarelas de pedestres, seis novas pontes, seis alargamentos de pontes existentes, duas passagens inferiores e duas superiores.
Para o presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Soledade (Acis), Altair Horlle, as obras geram uma expectativa positiva, já que a economia diversificada do município e da região requerem a valorização dessa potência que é a geração de renda e empregos no local:
— A duplicação vai somar, porque passaremos também a ser uma ótima opção para empreendedores expandirem seus negócios, é uma realidade palpável.
Entre Tio Hugo e Soledade, serão 30,5 quilômetros de duplicação, previstos para os anos seis e sete de obras. Os recursos da obra advêm da cobrança de pedágio, pagos pela iniciativa privada, além da possibilidade de financiamentos e demais aportes, para que o cronograma dos trabalhos não seja alterado.