Os casos de feminicídio, assassinato de mulheres, muitas vezes praticado por atuais ou ex-companheiros, caíram 80% em Passo Fundo entre janeiro e setembro deste ano, segundo dados do Observatório Estadual da Segurança Pública do RS. Os dados têm como comparação os índices registrados no mesmo período do ano passado.
Entre janeiro e setembro de 2022, foram cinco casos enquadrados como feminicídio na cidade. Nos mesmos meses deste ano, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP-RS) registrou uma ocorrência.
O dado reflete os índices observadores em nível estadual e na capital Porto Alegre. O Rio Grande do Sul apresentou uma redução de 22,8% (83 casos em 2022 e 64 em 2023), enquanto Porto Alegre teve queda de 77,7% (nove casos no ano passado e dois neste ano).
Apesar dos casos consumados de feminicídio terem caído, a quantidade de tentativas desse crime seguiu a mesma média do ano anterior em Passo Fundo. Em 2022, foram sete casos e, neste ano, seis.
Além disso, os registros de estupro cresceram na cidade. No período de janeiro a setembro de 2023, o município teve mais casos que todo o ano de 2022. Até setembro deste ano, segundo a SSP, foram 58 casos contra 53 nos 12 meses de 2022. No mesmo período do ano passado foram 43. Ou seja, uma elevação de 34%.
Uma vítima em 2023
O único caso registrado como feminicídio em Passo Fundo em 2023 aconteceu em fevereiro, quando Keli Greice do Amarante de Souza, 26 anos, morreu depois de levar um tiro no pescoço.
Ela já havia registrado uma ocorrência de lesão corporal contra o companheiro.
Na época, a delegada titular da Delegacia da Mulher, Rafaela Bier, informou que Keli compareceu na delegacia depois de levar um soco em um dos olhos e uma mordida na boca. Keli solicitou medida protetiva contra Caliari, que foi concedida pela Justiça, mas voltou atrás da decisão.
Agressores monitorados
A iminência dos casos de violência contra mulher fizeram com que o governo do RS lançasse o programa Monitoramento do Agressor, em junho. A iniciativa permite que a polícia e as vítimas saibam qual a proximidade dos agressores.
Através de decisão judicial, a vítima recebe um smartphone com um aplicativo conectado à tornozeleira eletrônica de quem causou a violência. Caso o indivíduo se aproxime, um alerta é enviado tanto para o celular da vítima quanto às autoridades. Se a aproximação continuar, uma guarnição da Brigada Militar é encaminhada para averiguar a situação e impedir essa movimentação.
Passo Fundo e outros municípios da Região Norte devem receber os kits no próximo mês de novembro. Até o momento, 41 dispositivos estão em operação no RS em Canoas, Porto Alegre, Pelotas, Rio Grande, Viamão e Gravataí. Segundo a SSP-RS, o uso deve ser implantado gradualmente em todo o Estado.
Denuncie
A Polícia Civil do RS tem 86 unidades especializadas no atendimento de violência contra a mulher. Uma é em Passo Fundo. As vítimas ou aqueles que presenciam algum caso do tipo podem denunciar pelos seguintes canais:
- Disque 180
- WhatsApp da Polícia Civil: (51) 98444-0606
- Delegacia Online da Mulher