Agentes gaúchos, catarinenses e argentinos se reuniram em Santa Rosa, no noroeste do Estado, nesta sexta-feira (29) para planejar ações em conjunto para combate aos crimes de fronteira. A ação dos criminosos havia sido flagrada em reportagem do Grupo de Investigação da RBS (GDI), que no início do mês realizavam o transporte de sacas de soja plantados na Argentina para serem vendidas pelo dobro do preço no Brasil.
— Temos que prevenir esses crimes e, para fazer isso, é necessário que a gente se una com o país ou Estado de onde vem as drogas, ou cereais. Muito do que acontece aqui começa por ordem de alguém do outro lado da fronteira ou da divisa. Quando nos unimos, conseguimos ver o todo — relata o subcomandante-geral da BM Douglas da Rosa Soares.
Nesta união, estão inclusos trabalhos em conjunto, como operações simultâneas e troca de informações entre serviços de inteligência. A ideia é que ainda em 2023 os dois países façam operações na região.
Em Santa Catarina, que também faz fronteira com a Argentina, a fiscalização se torna mais difícil por não ter um rio separando os dois países. A troca de informações deve facilitar o trabalho preventivo, como aponta o comandante regional de fronteira em SC, coronel Ricardo Alexandre Sabatini Silva:
— O autor de qualquer delito pode passar de um país para o outro evitando a prisão, então se estivermos integrados, conversarmos entre as próprias polícias, facilitará a prisão e, claro, coibirá a prática de delitos.
Do lado argentino, a maior preocupação envolve o narcotráfico, com foco no contrabando de maconha, entre as fronteiras com os três Estados da região sul do Brasil.
— O delito não tem fronteira, e é por isso que devemos nos unir. A nossa ideia é fazer com que a droga não chegue à fronteira com o Brasil. Este será o trabalho que faremos para ajudar a força federal brasileira — afirma o chefe da polícia da Província de Missiones, general Carlos Merlo.