O estacionamento de veículos ao redor da Praça Capitão Jovino, na Vila Rodrigues, está proibido das 23h às 6h, conforme decisão da Secretaria de Segurança Pública de Passo Fundo. A proibição passou a valer na última semana e abrange todos os dias da semana.
De acordo com o secretário municipal de Segurança Pública, João Darci Gonçalves da Rosa, a decisão foi tomada para atender a solicitação da comunidade local depois da realização de uma audiência pública no Ministério Público Estadual, em agosto.
O motivo do encontro foram as diversas reclamações feitas nos últimos meses pelos moradores da região da praça, em razão da perturbação ao sossego público, com som alto e confusão, sobretudo no período da noite. Desta forma, o motorista que estacionar o veículo na área azul da praça, nos dois lados da via, das 23h às 6h, estará sujeito a autuação.
Conforme a Guarda Municipal de Trânsito, o estacionamento em local proibido acarreta no recolhimento do veículo, além de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e multa de R$ 195,23.
Segundo a pasta, a medida também foi adotada em razão de que a comunidade não tem respeitado o sossego público. Conforme Gonçalves, ações de fiscalização são realizadas no local, mas, após a saída dos agentes, grupos voltam para a praça e causam incômodo nos moradores da região.
— É uma ação da secretaria que atende a solicitação desta comunidade. O objetivo é inibir o uso do local, uma vez que as ações são realizadas e, assim que o efetivo operacional se retira, o pessoal retorna — pontua Gonçalves.
De acordo com relato de moradores, jovens se reúnem para beber no local. As festas acontecem de sexta-feira à noite até o domingo, à noite e durante a madrugada.
A avaliação da comunidade
Morador do entorno da Praça Capitão Jovino há quatro décadas, Teodato Ritt demonstra preocupação com a situação do local que, segundo ele, piorou nos últimos anos com a presença de estabelecimentos comerciais voltados à venda de bebida alcoólica.
— Antigamente o movimento era sereno por aqui. Com a venda de bebida alcoólica nas proximidades, isso tem potencializado a vinda das pessoas para fazerem festa. Eu também já fiz festa, a gente entende isso, mas precisa ter respeito com a comunidade, porque se vê isso em quase todas as noites, com barulho até às 5h — relata.
Segundo o morador, a medida da prefeitura pode ajudar a coibir a presença da baderna no local, mas considera apenas uma ação entre todo o problema.
— Os moradores têm o direito do silêncio. Proibir o estacionamento neste horário específico pode ajudar nessa questão, porque muitos vêm com carros aqui e trazem bebidas também. Tem problema com motos, que passam com muito barulho. São vários os problemas — completa.
Além da baderna, o local também acumula lixo da presença das pessoas com bebidas alcoólicas. É o que conta Eduardo Figueiró, que trabalha em uma empresa localizada nos arredores da Praça Capitão Jovino.
Segundo ele, nas segundas-feiras, quando chega para trabalhar, é comum ter resíduos de lixo em frente a calçada e nos meios-fios da via pública.
— A cena é quase sempre a mesma, com bastante lixo, garrafa de bebida, cigarro, lata de cerveja, vidro quebrado, mas com muita sujeita. No nosso caso, nem percebemos muito a bagunça, porque só trabalhamos aqui, não moramos no local. Então, o reflexo que a gente vê é a quantidade de lixo na rua — aponta.
Para Figueiró, a nova medida de controle do estacionamento tem potencial de diminuir os problemas naquela região.
— Teoricamente deve melhorar, diminuir o incômodo para os moradores, porque a polícia consegue vir e fazer o pessoal sair. Como não tem como deixar o carro por aqui, é mais difícil o pessoal deixar o carro longe e vir a pé — completa.