Mais de cinco anos após a morte de Marco Aurélio Lengler, na época com 38 anos, durante uma briga de vizinhos em Passo Fundo, o caso, que aconteceu em abril de 2018, ainda aguarda decisão da justiça. O gerente comercial foi atingido por duas facadas no peito, em frente ao prédio onde morava com a família, na Vila Rodrigues.
No álbum de fotos, os momentos da família estão eternizados. É dessas memórias que a mãe de Marco, Fátima Noelli Lengler, e a irmã, Daniele Lengler, tiram forças para seguir em frente após a morte de Marco Aurélio.
— É uma dor imensurável, não tem como descrever, além da saudade, além da impunidade da justiça, a fé que está nos movendo, só por isso eu tenho força de levantar e seguir a vida em frente — desabafa a mãe.
São cinco anos que a família está em busca de respostas.
— Nossa família foi destruída, toda manhã quando a gente levanta tem que se reinventar, não é fácil — conta a irmã, Daniele.
O caso aconteceu na Vila Rodrigues. Segundo testemunhas, da sacada do apartamento, Marco Aurélio teria reclamado do barulho da motosserra usada pelo vizinho, por ter acordado o filho. A reclamação se repetiu, até que ele desceu. Imagens de câmeras de segurança da época registraram o momento em que os vizinhos discutiram na rua e entraram em luta corporal. Marco foi atingido por dois golpes de faca no peito e caiu desacordado. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
Aguardando por justiça
A família ainda aguarda o julgamento. A primeira audiência de instrução do caso aconteceu em 2021. No ano seguinte, as testemunhas foram ouvidas novamente. A última movimentação do processo aconteceu ainda no ano passado. Desde novembro, a família aguarda pela pronúncia da sentença. Segundo informações obtidas na 1ª Vara Criminal de Passo Fundo, o processo está sendo sentenciado. A previsão é que a sentença seja publicada na próxima semana. A decisão vai dizer se o Claudir Pereira irá ou não para júri popular.
— É muito doloroso, porque além da dor do luto, que a gente está passando, todos os traumas as situações que a gente carrega, ter mais essa questão do processo e saber que o autor desse crime esta solto e que nada foi feito até então, então a gente se pergunta quanto que vale uma vida nesse momento? Vai ser feita a justiça? E quando? Quanto tempo? — questiona a irmã.
Enquanto aguardam a definição, mãe e filha pedem apenas por justiça.
— Eu não consigo esquecer, apagar da memória, filho é um pedaço que vai, é muito dolorido e se um dia for feita a Justiça pelo menos a gente vai respirar um pouquinho mais aliviado. Ele não tirou só a vida do meu filho, ele tirou a nossa alegria de viver — diz a mãe.
O que diz a defesa de Claudir
O advogado Fabrício Lorandi Pinheiro que representa Claudir Pereira disse que o seu cliente agiu em legítima defesa de terceiros, já que a vítima foi até à frente da casa, tentou entrar no pátio e ameaçou familiares de Claudir. O advogado reforça que o cliente é réu primário e nunca se envolveu em outras ocorrências policiais.
GZH Passo Fundo
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