Três dos cinco réus pela morte do cacique Antônio José Mig Claudino, em 20 de março de 2017, na Terra Indígena de Serrinha, em Ronda Alta, foram condenados pelo júri realizado durante três dias no Fórum de Passo Fundo. A sentença foi proferida no início da noite desta quinta-feira (9).
Os jurados condenaram Lauri Guteres de Carvalho a 16 anos de reclusão, em regime inicialmente fechado, e Moacir Tomaz e Izaías Tomaz a 14 anos de reclusão, também em regime inicialmente fechado. Rogério Nascimento e Daniel de Oliveira foram absolvidos.
Segundo a decisão, a prisão preventiva de Lauri, Moacir e Izaias fica mantida.
Como irão cumprir penas maiores que oito anos, em regime inicialmente fechado, não poderão pedir progressão de regime.
O júri se estendeu por três dias. No primeiro, foram ouvidos dois policiais federais e o filho da vítima, na condição de informante. No segundo, foi a vez do interrogatório dos réus. O último a falar foi Izaias Tomaz. Na quinta-feira (9), foram realizados os debates entre Ministério Público Federal e as defesas e, por último, a votação dos quesitos pelos jurados.
Izaías Tomaz, 50 anos, foi apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como mandante do crime; Moacir Tomaz, 62, e Lauri Gutteres de Carvalho, 53, acusados de serem os atiradores; e Rogério Nascimento, 39, e Daniel de Oliveira, 40, apontados como informantes.
Relembre o crime
O cacique Antônio José Mig Claudino foi morto a tiros em um bar em 20 de março de 2017, na Terra Indígena de Serrinha, em Ronda Alta, a 77 quilômetros de Passo Fundo. O crime seria motivado por vingança e questão financeira.
De acordo com a acusação do MPF, Izaías promoveria invasões para "forçar" a demarcação de terras reivindicadas. A vítima teria sido testemunha contra ele em outro processo e, após a condenação, Izaías teria jurado o cacique Mig de morte.
GZH Passo Fundo
A Redação Integrada pode ser contatada pelo WhatsApp.