Começou às 9h desta terça-feira (7), em Passo Fundo, o julgamento dos acusados de envolvimento no assassinato do cacique Antônio José Mig Claudino. O crime aconteceu em 20 de março de 2017, na Terra Indígena de Serrinha, em Ronda Alta, no norte do Estado.
São cinco réus sendo julgados pela 3ª Vara Federal de Passo Fundo. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), eles teriam participado do crime por motivação financeira e vingança.
Ao longo do dia, o tribunal ouvirá testemunhas e os réus serão interrogados. Depois, defesa e acusação vão debater até que, por fim, os jurados votam.
Os réus são: Izaías Tomaz, apontado como mandante do crime; Moacir Tomaz e Lauri Gutteres de Carvalho, que seriam os atiradores; e Rogério Nascimento e Daniel de Oliveira, apontados como informantes.
Conforme a acusação, a vítima não concordava com invasões de terras particulares para reivindicação por parte de indígenas. Outro fator que teria culminado no assassinato seria o testemunho do cacique em favor da prisão de Izaías.
De acordo com o MPF, Izaías promovia invasões para "forçar" a demarcação de terras reivindicadas. A vítima teria sido testemunha contra ele em outro processo e, após a condenação, Izaías teria "jurado" o Cacique Mig de morte.
Contrapontos
O que diz a defesa de Izaías Tomaz, Moacir Tomaz e Rogério Nascimento:
Em nota, a advogada Andrea Caon Reolon Stobbe informou que "não há envolvimento dos indígenas no crime de homicídio, sendo que a prova produzida é suficiente para demonstrar a inocência desses denunciados". Ainda conforme a advogada, "a denúncia foi seletiva deixando 'os responsáveis na morte do cacique' fora do processo".
O que diz a defesa de Lauri Gutteres de Carvalho:
Segundo o advogado Érico Alves, "o trabalho será no sentido de analisar detalhadamente a prova e garantir a ampla defesa ao acusado". Ainda de acordo com ele, "não há provas robusta que possa confirmar a participação dele no então fato ocorrido com o cacique Antonio Mig."
A defesa de Daniel de Oliveira foi procurada e não respondeu à reportagem.