Pedra basalto e arenito vermelho são alguns dos materiais que ajudam a contar a história do Instituto Educacional de Passo Fundo, no norte do Estado. Eles estão na base do prédio e na coluna da porta principal, nesse caso, escondido por uma demão de tinta. Aos poucos, descobertas são feitas pelos trabalhadores que trabalham na obra de construção e restauração, iniciada no fim de março de 2023.
Durante dezenas de anos, diversas atividades deram vida ao prédio, até que em 2015, por segurança, ele foi interditado. Madeiras do assoalho, forro e escadas não resistiram aos cupins levando a fragilidade da estrutura.
— Nós vamos ter que fazer muitas adaptações como acessibilidade, toda a rede da parte de incêndio, a parte de iluminação, cabo de internet. Em outro aspecto, vamos fazer toda a parte de condicionamento de ar. Então queremos usar um sistema VRF, um sistema central de ar condicionado que vai estar previamente escondido na estrutura do prédio para não obstruir a visão — salienta Ricardo Lângaro, arquiteto.
O edifício faz parte de uma área que entrou em recuperação judicial. O complexo foi a leilão e adquirido por um investidor em 2022 por R$ 30 milhões de reais. O local passou a se chamar então Instituto Educacional de Passo Fundo. Na obra serão investidos especificamente cerca de R$ 5 milhões de reais.
— Não temos dúvida que o prédio se mistura muito com a história da cidade e agora, ao ser devolvido, ele vai ter a sua parte externa histórica, mas internamente vai ser moderno. É o antigo conectado com o moderno. Teremos salas com muita tecnologia, com automação, multiusos. Agora teremos um andar a mais. Vamos usar toda a parte do que era o antigo telhado e transformar em salas de aula. Serão três andares agora no Texas. Essa é uma novidade — afirma Erasmo Carlos Battistella, empresário.
A previsão é abrir as portas em 18 de fevereiro de 2024, dois dias antes do início das aulas. A partir disso, o instituto vai receber 270 alunos do Ensino Médio. O advogado Armando Filho estudou na escola em 1967 e guarda boas recordações.
— Era um ambiente familiar. Nós tínhamos colegas, amigos e esses se transformavam em irmãos. Era uma grande família. Tivemos muita liberdade com respeito ao professor, aos diretores, aos funcionários. É de se emocionar e se orgulhar ao ver o resgate dessa história — diz Armando.
Em 27 de abril de 1994 o prédio foi tombado como patrimônio histórico pelo município por meio da lei nº 2937 daquele ano.