Com 21 homicídios em 2023, Passo Fundo registra o maior número de casos registrados nos últimos quatro anos. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento é de 75%, sendo a relação com o tráfico de drogas a principal motivação dos crimes analisados neste ano. No município, o pico de casos foi registrado no mês de março, com nove mortes.
Em comparação com o mesmo período de anos anteriores, foram 12 casos nos cinco primeiros meses de 2022, 16 em 2021 e outros 13 em 2020. Os números foram consultados no observatório da Secretaria de Segurança Pública do Estado, considerando os registros de homicídio doloso.
Conforme análise da delegada Daniela Minetto, da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) de Passo Fundo, o perfil das mortes mudou nos últimos anos, o que justifica o aumento:
— Tínhamos muitos casos com motivos diversos, como acertos de contas e rixas. Hoje podemos dizer que mudou um pouco o perfil, e a relação com o tráfico de drogas e usuários tem aumentado. Quando os homicídios têm esse tipo de motivação, conseguimos agir para combater o tráfico, então monitoramos e trabalhamos em sintonia com todos os órgãos de segurança pública.
No mês de março, período com maior número de casos no ano, foram registrados nove homicídios no município, sendo que nos anos anteriores, no mesmo mês, foram dois casos em 2020 e em 2021, e três em 2022. De acordo com a delegada Daniela, o aumento tem relação direta com o tráfico de drogas.
Passo Fundo conta com reforço policial desde o final de março, com foco em ações preventivas em conjunto com a Brigada Militar. Após o início dessas ações, as ocorrências diminuíram, com duas mortes em abril e quatro em maio.
— Após essa investida e maior aporte para as operações, os casos dos meses seguintes voltaram a ser de motivações pessoais, entre familiares ou vizinhos — analisa Daniela.
Ainda segundo a delegada, no período entre os dias 29 de maio e 3 de junho, foram registrados seis homicídios, sendo dois motivados por tráfico de drogas, e o restante por desavenças, briga familiar e outros motivos pessoais.
O policiamento de reforço segue operando na cidade, dentro da diretriz do Programa RS Seguro, que combate a criminalidade em todo o Estado.