Por Julcemar Zilli, economista
A suinocultura desempenha um papel crucial no cenário econômico do Rio Grande do Sul, sendo uma fonte essencial de proteína animal para os consumidores e uma atividade econômica relevante para os produtores. Dados da Embrapa revelaram uma queda no indicador que mede o custo de produção do suíno no estado no primeiro trimestre de 2024: entre janeiro e março deste ano, o custo de produção do suíno diminuiu de R$ 5,87/kg para R$ 5,40/kg, uma queda de 8,01%.
Essa redução significativa é resultado de uma série de fatores, sendo os principais contribuintes a queda nos preços da ração (-12,29%) e da energia elétrica (-4,09%). Um aspecto relevante a ser considerado é a correlação direta entre o preço da ração e o custo de produção suína, uma vez que a ração é um dos principais insumos na criação desses animais.
A redução do preço da saca do milho na B3, que caiu de R$ 65,83 para R$ 60,28, conforme o Centro de Pesquisa Econômica Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP), também desempenhou um papel significativo nessa diminuição de custos, explicando parte da queda nos custos de produção.
Por outro lado, os produtores independentes enfrentaram uma queda no preço do suíno vivo no estado, de R$ 6,49/kg para R$ 6,04/kg, uma diminuição de 6,93%, conforme a Associação de Criadores de Suínos do RS (Acsurs).
Apesar dessa redução nos preços, os produtores conseguiram obter uma pequena rentabilidade em relação à atividade, já que a diminuição nos custos de produção superou a queda nos preços de venda. Essa dinâmica tem implicações tanto para os produtores quanto para os consumidores de carne suína em Passo Fundo e região.
Impactos para produtores e consumidores
Para os produtores, a redução nos custos de produção é bem-vinda pois contribui para a preservação da margem de lucro em um contexto de flutuação nos preços de venda. No entanto, é importante estar atento à sustentabilidade desses custos mais baixos e garantir que não comprometam a qualidade do produto final ou o bem-estar dos animais.
Para os consumidores, a tendência de custos de produção mais baixos pode eventualmente se traduzir em preços mais estáveis ou até mesmo em uma leve diminuição nos preços ao longo do tempo, tornando a carne suína uma opção mais acessível no mercado.
Portanto, a queda no indicador de custo de produção do suíno no Rio Grande do Sul durante o primeiro trimestre de 2024 reflete uma dinâmica complexa entre os preços dos insumos, o preço de venda e a rentabilidade dos produtores.
Entre em contato com o colunista pelo e-mail: jbzilli@gmail.com