Por Julcemar Bruno Zilli, economista
Nesta terça-feira (15), o país acordou com a notícia de que a Petrobras anunciou um reajuste de 16,3% no preço da gasolina nas distribuidoras, sendo o aumento mais significativo o do diesel, de 25,8%. Essa realidade nos faz refletir sobre a oscilação dos preços dos combustíveis, a nova regra de formação de preços e seus reflexos tanto na inflação quanto no cotidiano dos cidadãos brasileiros e, em especial, da cidade de Passo Fundo.
O impacto imediato desse reajuste nos combustíveis se reflete de forma expressiva na inflação, especialmente no caso da gasolina, que deverá apresentar uma elevação entre R$ 0,20 a R$ 0,30/litro dos postos de Passo Fundo, adicionando cerca de 0,4 ponto percentual ao índice inflacionário nos meses de agosto e setembro.
Isso significa que, em um momento delicado de recuperação econômica pós-pandemia, as famílias terão que lidar com um aumento nos preços da gasolina em um momento em que a estabilidade financeira ainda é uma busca constante.
No entanto, os reflexos não se limitam apenas à inflação. O aumento no preço do diesel terá um impacto indireto que se propagará ao longo de toda a cadeia produtiva que utiliza o combustível como insumo.
Como consequência, produtos como alimentos, transporte de mercadorias e serviços diversos poderão também sofrer reajustes de preço, gerando um ciclo de pressões inflacionárias que reverbera em toda a sociedade, justo agora que os juros básicos da economia começaram a apresentar sinais de queda.
Impactos locais
Em meio a esse cenário macroeconômico preocupante, é importante também analisar os impactos dessa nova forma de formação de preço dos combustíveis em âmbito local. Tomemos como exemplo a cidade de Passo Fundo. Com uma economia que depende fortemente do transporte rodoviário para o escoamento de produtos agrícolas e industriais, o aumento dos preços dos combustíveis nos percentuais vistos se torna um fator crítico.
O impacto é sentido diretamente tanto pelos motoristas de veículos particulares quanto pelos caminhoneiros, cuja atividade é vital para a circulação de mercadorias e o consumidor sentirá o efeito indiretamente com o aumento dos preços dos bens e serviços.
Além disso, os impactos locais podem se desdobrar em desafios para o setor de transporte público, que já enfrenta dificuldades na prestação de um serviço de qualidade. Aumentos significativos no preço do diesel podem pressionar as tarifas dos ônibus urbanos, afetando diretamente a mobilidade dos cidadãos de Passo Fundo.
Cadeia de consequências
Portanto, a volatilidade dos preços dos combustíveis, como evidenciada pelo recente reajuste da Petrobras, gera impactos amplos e complexos na sociedade. Não se trata apenas de um ajuste no orçamento familiar, mas de uma cadeia de consequências que se espalha por diversos setores da economia, impactando negativamente a vida das pessoas.
Nesse contexto, é fundamental que medidas eficazes sejam adotadas para mitigar tais impactos e buscar alternativas mais estáveis e previsíveis para os preços dos combustíveis, visando a construção de um cenário econômico mais favorável e equitativo para todos.
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